No terceiro dia de palestras e painéis que compuseram a 14ª Metroferr (Semana de Tecnologia Metroferroviária), evento organizado pela Aeamesp (Associaçao dos Engenheiros e Arquitetos de Metrô), o assunto que mais chamou a atenção da platéia presente no auditório do Centro de Convenções Frei Caneca, em São Paulo (SP), foi a proposta de expansão de trilhos para a região metropolitana da capital paulista apresentada por José Luiz Portella, secretário de transportes metropolitanos.
Sabendo que a população, à beira de novas eleições, procura respostas convincentes das autoridades para questões diversas, em cujo pacote o transporte urbano coletivo se insere, com dados e números em baixo do braço, Portella tentou acalmar os ânimos expondo as propostas que sua pasta tem prospectado para oferecer uma maior fluidez de passageiros no sistema de trens e metrô até o ano de 2010.
De acordo com Portella, o sistema metroferroviário atual, lê-se CPTM e Metrô, vive uma fase de “travessia” que se estenderá por mais dois anos. “O governo adquiriu 99 composições para suprir a deficiência do sistema e, enquanto esses trens não chegarem, manteremos este quadro de vulnerabilidade”, avisou o executivo.
Entretanto, Portella deu informações adicionais e criticou administrações anteriores. “Para construir um metrô eficiente, não basta apenas fazer um risco no mapa, indicando uma futura expansão. Se faz necessário pôr no papel também outros pilares que serão a operação e manutenção da malha de trilho. Não adianta somente lotar o sistema com trens, é importante complementar com projetos de manutenção e operacional”, frisou.
R$ 19 bilhões para o setor
Segundo o secretário, os cofres do governo estão recheados para investir no setor. Os projetos até 2010 são ambiciosos. Se todos forem colocados em prática haverá um ganho para mobilidade em São Paulo. Somente para a CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) há uma perspectiva de ampliação para 240 quilômetros na rede de trilhos, 160 deles em forma de metrô de superfície, deixando os atuais 61 como coisa do passado.
Outros planos são modernização de parte da frota existente, construção de novas estações na zona leste de São Paulo e uma nova linha ligando o bairro de São Judas ao aeroporto de Congonhas.
Além do lote de 99 trens que estão para estacionar no pátio do Metrô, nos próximos anos os passageiros poderão circular por novas estações com a entrega da primeira fase da Linha 4-Amarela, extensão da Linha 2-Verde até a Vila Prudente e da Linha 5-Lilás até a Chácara Klabin. Para a parte interna do sistema metroviário, a secretaria iniciará mudanças em sinalizações, com tecnologia avançada, para proporcionar uma operação mais rápida e segura.
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