A implantação de novos complexos industriais e portuários na costa brasileira, além da indispensável expansão dos principais portos do País, irá gerar milhares de empregos diretos e indiretos. No entanto, o aumento da mão-de-obra no segmento necessita ser acompanhada por investimentos em infra-estrutura que permitam que esse crescimento aconteça de forma sustentável. É o caso de Suape, em Pernambuco. Com a instalação da fábrica de aerogeradores do grupo Impsa, da Refinaria Abreu e Lima e do estaleiro Atlântico Sul, será preciso criar um meio de transporte consistente para benefício da mão-de-obra que virá, em sua maioria, da capital Recife.
A saída escolhida pelo governo federal foi ligar a linha sul do metrô de Recife até o Porto de Suape, por meio de um sistema de Veículo Leve sobre Trilhos (VLT). De acordo com o diretor técnico da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), Marcus Quintella, serão adquiridos cinco veículos de três carros cada. A compra dos equipamentos aguarda a liberação de recursos do governo federal e não há previsão para que a linha comece a operar.
Após apresentar a proposta de implantação de VLTs em Suape e em outras regiões do Nordeste do País na 14ª Semana de Teconologia Metroferroviária, em São Paulo, Quintella disse à reportagem de PortoGente que a iniciativa do governo federal “representa muito em termos sociais”. “Transporte público não é para dar lucro, é para dar benefício à população e gerar conforto social”.
A intenção é evitar a favelização no entorno do Complexo Industrial e Portuário de Suape. Conforme lembra Quintella, caso um sistema funcional de transporte não esteja disponível, os trabalhadores poderão sair de seus lares para se instalar clandestinamente em áreas próximas ao porto pernambucano, gerando um grande desconforto para eles, além de um passivo exorbitante para o Estado.
Substituições
Ainda em Recife, um moderno sistema de VLT substituirá locomotivas a diesel e carros de passageiros no trecho compreendido entre as estações de Cajueiro Seco e Cabo de Santo Agostinho, na Região Metropolitana. A obra, que está prevista no Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), corresponde à linha Sul, exatamente aquela que irá, futuramente, desaguar no Porto de Suape.
A capital pernambucana substituiu, também, a Empresa Metropolitana de Transportes Públicos (EMTU) por um consórcio de transporte público de gestão multifederativa, abrangendo o governo estadual e a administração dos municípios da Região Metropolitana. O intuito é aperfeiçoar a gestão do sistema de transportes e facilitar a obtenção de recursos financeiros para investimentos.
Com o consórcio, a expectativa é de que os investimentos programados tenham continuidade e que somente a partir de reuniões e assembléias da nova entidade haverá decisões sobre novos investimentos. Atualmente, o governo estadual de Pernambuco se responsabiliza pela construção de três terminais de integração. Outros cinco terminais estão sendo construídos pela União, por intermédio da CBTU.
A CBTU está à frente, ainda, da implantação de sistemas de VLTs movidos a diesel em Fortaleza (CE), Maceió (AL), Natal (RN) e João Pessoa (PB). Entretanto, o projeto mais avançado é o do VLT de Brasília, que é gerido pela administração do Metrô do Distrito Federal.
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