A linha da Ferroeste, entre Foz do Iguaçu e Paranaguá, será o trecho brasileiro do Corredor Ferroviário Bioceânico, que ligará o porto de Paranaguá, no Oceano Atlântico, aos portos chilenos do Pacífico. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) abriu, hoje (10), chamada pública para realização de estudo de viabilidade de implantação do corredor, o qual dinamizará a integração e o desenvolvimento econômico e social da América do Sul.
Na próxima sexta-feira (12), o presidente da Ferroeste, Samuel Gomes, leva à sede do BNDES, no Rio de Janeiro (RJ), um estudo de pré-viabilidade, realizado pela companhia, que indica a viabilidade técnica, econômica e financeira do projeto, apontando indicadores sócio-econômicos favoráveis à construção do trecho Guarapuava-Paranaguá. Ele apresentará também projeto executivo de engenharia de um novo trecho da ferrovia, que liga Cascavel – Foz do Iguaçu, e que custou nove milhões de reais à companhia.
O novo ramal da Ferroeste solucionará o gargalo ferroviário existente entre Guarapuava e Irati e reduzirá a distância entre Cascavel e Paranaguá, em 125 km, alterando o percurso atual de 738 km. Além disso, decorrência também da qualidade de infra-estrutura da ferrovia, o ciclo dos vagões entre Cascavel e o Porto de Paranaguá, serão reduzidos, passando de 8 dias e meio, para menos de dois dias.
O projeto de expansão da Ferrovia (Gurapuava-Paranaguá), que foi submetido ao Ministério dos Transportes no mês passado, teve a sua necessidade reconhecida. Foi acordado, na ocasião, que o novo trecho constitui um ramal da Ferroeste, sendo este necessário para a sua viabilidade, em acordo com o contrato de concessão da linha. Representantes da Agência Nacional Transportes Terrestres (ANTT) também participaram da reunião.
A construção do Corredor Ferroviário Bioceânico favorecerá a integração econômica e social entre os países da América do sul, além incrementar comércio com a Ásia, beneficiando principalmente países como o Paraguai e outras regiões mediterrâneas, que só podem se desenvolver plenamente com uma ligação ferroviária.
Por meio do Corredor Ferroviário Bioceânico, o Paraguai contará com acesso ferroviário tanto para o Oceano Atlântico, através do Porto de Paranaguá, quanto ao Oceano Pacífico, por meio dos portos chilenos, o que é fundamental para o seu desenvolvimento social e econômico, destaca o presidente da Ferroeste.
Segundo ele, entretanto, as ferrovias não devem ser pensadas exclusivamente em função do comércio internacional, mas também como indutor do desenvolvimento nacional e sul-americano.
Segundo economistas, o Corredor Bioceânico Ferroviário é fundamental para a dinamização da economia paranaense e catarinense, onde estão concentradas a maior parte das cadeias de produção do trigo, soja, milho, suínos e aves. Além disto, favorecerá a indústria de calcário, iniciativas relacionadas ao desenvolvimento do potencial turístico e alternativas de transporte de passageiros nas regiões onde passam a linha.
O projeto do Corredor Bioceânico, faz parte de uma série de ações de desenvolvimento multilateral, da qual a Ferroeste vem participando. Como por exemplo, acordos internacionais cujos signatários são países nos quais o trajeto do corredor será construído.
Uma das iniciativas é a Declaração da Casa Rosada, assinada pelo Presidente Luís Inácio Lula da Silva e a Presidente da Argentina, Cristina Fernanda Kirchner, que estabelece, entre outros assuntos de interesse dos dois países, a intenção da construção do corredor.
A Ferroeste participou também de uma discussão para o esclarecimento sobre a necessidade do corredor, realizado no primeiro semestre deste ano, que foi o Foro de Discussão sobre Corredores Ferroviários Bioceânicos, promovido pela ALAF – Associação Latino Americana de Ferrovias, finalizado ainda este ano, e cujo moderador foi o presidente da companhia, Samuel Gomes.
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