IPP projeta novo bairro sobre linha de trem

Um novo bairro em cima da linha férrea da Leopoldina. Esta é a proposta apresentada esta semana pelo Instituto Pereira Passos (IPP), órgão vinculado à prefeitura, para a revitalização da área central da cidade. Ainda sem custo estimado, o projeto mirabolante pretende criar uma área de 1,2 milhão de metros quadrados que se estenderia da Estação Leopoldina até o bairro Mangueira. Por sobre a linha férrea, seria construída uma laje, fechando, portanto, o local por onde hoje os trens circulam a céu aberto. Em cima da estrutura de concreto, seriam criadas uma avenida, além de prédios de escritórios, hotéis e residências. Os trens circulariam embaixo das construções.


A proposta foi mostrada no seminário “Plano de Revitalização da Região do Centro do Rio de Janeiro”, que discutiu, na quarta-feira passada, soluções para revitalizar o Centro do Rio. Técnicos do Atelier Parisien d’ Urbanisme (APUR) e do Instituto Brasileiro de Administração Municipal (IBAM) deram palestras sobre o cenário atual da região e as alternativas a longo prazo. De acordo com o diretor de Urbanismo do IPP, Antonio Correia, o projeto apresentado é viável e se encaixa na idéia do instituto de trazer mais pessoas para viver no Centro.


Em 30 anos, mais 150 mil novas casas


Segundo ele, hoje o bairro atrai 550 mil pessoas ao dia para trabalhar, mas tem apenas 60 mil habitantes. O arquiteto explica que é mais barato para a administração pública investir em habitação nesta área do que utilizar recursos para dotar novas regiões de infra-estrutura.


— Já temos projetos para a área portuária e a do Teleporto (Cidade Nova). Há um potencial para se criar 150 mil novas residências nesta região, para todas as classes de famílias, num período de 30 anos. O projeto Leopoldina transforma-se em mais uma opção — afirmou.


O arquiteto e urbanista Sérgio Magalhães, ex-secretário municipal de Urbanismo, afirmou que projetos de revitalização das áreas ao redor da Leopoldina, como São Cristóvão e Maracanã, são positivos. Ressaltando não conhecer o projeto que cria o bairro suspenso, ele diz que o plano demandaria altos investimentos, dificultando sua concretização.


— Se a revitalização depende de investimentos vultosos, eles ficam difíceis de serem viabilizados fazendo com que a região continue degradada — afirmou Magalhães.


O plano apresentado pelo IPP foi desenvolvido em parceria com um escritório francês, que está realizando projeto semelhante em Paris, chamado Paris Rive Gauche. Lá, um novo bairro está sendo criado ao redor e sobre uma velha estação ferroviária na área central degradada, ao custo de 3 bilhões de euros. De acordo com Antonio Correia, do IPP, a intenção da prefeitura é fazer parcerias com a iniciativa privada para viabilizar a construção. O projeto do trem bala — que ligaria o Rio a São Paulo num espaço de tempo estimado em menos de uma hora — é para o diretor do IPP o grande pólo de atração desta região.


Apesar de haver uma via projetada ligando o Centro à Mangueira — que segundo Antônio criaria uma nova opção de saída do Centro, melhorando a circulação nos bairros ao redor — o projeto não seria, de acordo com ele, um novo viaduto como o Paulo de Frontin ou a Perimetral. Segundo ele, a intenção é revitalizar a área e não torná-la ainda mais degradada.


O urbanista lembrou que na região onde está previsto o projeto há hoje pelo menos duas grandes áreas ociosas — uma de 80 mil metros quadrados, próxima ao Maracanã, e outra de 150 mil metros quadrados, em São Cristóvão, — que poderiam ser utilizadas para projetos que são viáveis com poucos investimentos.


Essas regiões comportariam também novos prédios, ligados ao bairro suspenso.


Para a presidente da Seccional Rio de Janeiro do Instituto dos Arquitetos do Brasil, Dayse Barbosa de Araújo Gois, este é o momento certo para a viabilização de novas propostas, uma vez que há uma convergência de projetos para a área: — A região está em evidência não só por causa do trem-bala e da Copa, mas também por causa dos Jogos Militares de 2001 e da candidatura da cidade para as Olimpíadas de 2016. E o fato de os governos municipal, estadual e federal estarem olhando para a região é algo inédito e talvez facilite a captação de recursos junto à iniciativa privada, viabilizando o projeto — disse Dayse.


Ela, no entanto, diz que a proposta do escritório francês talvez tenha que sofrer várias alterações para poder ser implementada no Rio. Ela lembra que há outros projetos previstos para a área e diz que algumas soluções apresentadas no projeto talvez não sejam as melhores para a região.


Uma das outras propostas para a área foi mostrada pelo GLOBO no ano passado: o prefeito Cesar Maia criou, de olho na Copa de 2014, um grupo para concluir um estudo sobre a criação do Parque Central do Rio de Janeiro. Com 1,35 milhão de metros quadrados, ele ligaria o Complexo do Maracanã à Quinta da Boa Vista. Teria dois estacionamentos subterrâneos e uma passarela para fazer a ligação entre o Maracanã e a Quinta.


Arborizada e dotada de quiosques, a plataforma seria erguida sobre as linhas de trens e metrô, a Avenida Presidente Castelo Branco e a Rua Visconde de Niterói. O parque estenderia seus limites até o Morro da Mangueira e a Uerj.
Para Antônio Correa, apesar de estarem superpostos, um projeto não inviabilizaria o outro.


Ele disse que a reforma do Maracanã, que tem data para ficar pronta, pode ser inserida sem problemas num plano maior, de revitalização da região.


A região onde o IPP pretende implantar o projeto é uma área bastante degradada da cidade. Entre a Avenida Radial Oeste de um lado e a Avenida Francisco Eugênio, em São Cristóvão, há apenas uma área de casas ao redor da Rua Ceará. É para ali que foi transferida na década de 90 a zona de prostituição da cidade, a antiga Vila Mimosa, que ficava na área hoje chamada Cidade Nova.

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Fonte: O Globo

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