A MRS está negociando com o governo de São Paulo uma alternativa ao Ferroanel Norte — considerado inviável pelo custo da obra e pelo impacto ambiental — que será a segregação dos trens de carga e dos trens de passageiros da CPTM por meio da construção de uma linha adicional sobre a plataforma existente nos 65 km entre Manoel Feio, na linha da MRS, e Campo Limpo Paulista, nas proximidades de Jundiaí. A extensão é quase a mesma do Ferroanel Norte, mas a obra custará um terço a menos (R$ 800 milhões contra R$ 1,2 bilhão) e não terá impacto ambiental maior. Com esta alternativa os trens de carga continuarão chegando à Estação da Luz, mas trafegarão em subterrâneo, no chamado de “mergulhão”, por baixo das plataformas da CPTM e da nova estação da Linha 4 do Metrô. A expectativa da MRS é que o assunto seja resolvido em dois meses.
As informações foram prestadas este quinta feira pelo assessor da presidência da MRS, José Roberto Lourenço, no seminário da Aeamesp — Associação dos Engenheiros e Arquitetos do Metrô de São Paulo. Segundo ele, a carga movimentada pela MRS em São Paulo “está hoje estagnada em 14 milhões de toneladas/ano, enquanto a empresa como um todo está crescendo a 13 % ano, devendo chegar em 2008 a 145 milhões de toneladas. Com o aumento no número de trens da CPTM, a quantidade de trens que a MRS consegue fazer passar por dentro da Região Metropolitana de São Paulo é hoje de 50 por dia, contra 80 no início da concessão”. Com isso, acrescentou, “a participação da ferrovia na movimentação de carga no Estado está limitada a 10 %, e não vai passar enquanto o tráfego de carga não for compatibilizado com o tráfego de passageiros”.
Uma obra que a MRS está contratando por conta própria, informou José Roberto, é a segregação nos 12 km entre Manoel Feio e Suzano, na direção de Santos. “Mas para irmos adiante é necessário concluir os entendimentos para a segregação em direção a Jundiaí. Se isto for obtido, e a segregação efetivada, prevemos dobrar a médio prazo o transporte ferroviário em São Paulo, inclusive de produtos para consumo na cidade, como areia para a construção civil”.
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