Dois meses depois da aquisição da Anheuser-Busch, Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles estão urdindo mais uma operação de take over nos Estados Unidos. O alvo da vez é a CSX, maior ferrovia da costa leste norte-americana. O trio, que já detém 8,3% da empresa, negocia com um grupo de fundos de investimento a compra de uma parcela em torno de 5% do capital total.
Com a aquisição, Lemann, Sicupira e Telles passarão a ser os principais acionistas da CSX, que tem seu controle pulverizado em Bolsa.
Não é difícil imaginar as próximas estações desta viagem. Alexandre Behring, que já representa a tríade no board da CSX, se tornará o homem-forte da companhia. Behring terá a faca e o queijo para acelerar a aprovação do plano de expansão da concessionária, estimado em US$ 5 bilhões. O projeto, em análise desde o ano passado, enfrenta resistências por parte de alguns acionistas.
A CSX é um gigante do transporte ferroviário nos Estados Unidos. Atravessa 23 estados e, de quebra, duas províncias no Canadá. O faturamento previsto para este ano gira em torno de US$ 10 bilhões. Ainda assim, em parte por conta das desavenças entre os sócios, a empresa não tem conseguido acompanhar o aumento da demanda por transporte nos EUA.
No topo da cadeia societária, Lemann, Sicupira e Telles vão impor sua marca. Está em pauta um enxugamento no número de funcionários, com o aumento dos níveis de automação. Para o médio prazo, os planos incluem um projeto logístico mais amplo, com a compra de empresas de transporte rodoviário, terminais marítimos e centros de armazenamento.
Acertou quem pensou na América Latina Logística (ALL). Este tem sido o modelo de negócio adotado pela concessionária brasileira. Não por coincidência, Lemann, Sicupira e Telles voltaram ao bloco de controle da ALL no ano passado.
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