A mudança no cenário financeiro mundial alterou drasticamente o projeto de transformação da Valec no braço de participações do governo federal para a construção de ferrovias. Em vez de condicionar os projetos à participação de investidores privados, a estatal receberá sinal verde para participar como majoritária ou até sozinha em alguns empreendimentos.
A Valec será transformada em uma empresa pública, o que lhe dará mais liberdade para captação de recursos e a definição de parcerias para o desenvolvimento dos projetos priorizados pelo Ministério dos Transportes.
Posteriormente, a idéia é que a empresa faça parte de consórcios com grupos privados e estatais para a exploração de concessões que serão licitadas pela ANTT.
A União vai fazer um aporte que deverá chegar a R$ 1 bilhão, com a previsão de que esse valor triplique em três anos, para fazer frente aos primeiros investimentos. Outra leva de recursos virá do BNDES, que deverá financiar cerca de 60% do custo de implantação dos projetos da Valec.
A estatal tem na sua carteira a EF-267, ligando Panorama, em São Paulo, a Porto Murtinho, no Mato Grosso do Sul, que exigirá desembolso de R$ 2,2 bilhões; a EF-354, chamada de Ferrovia Transcontinental, unindo os portos peruanos do Pacífico ao litoral paulista; a EF-334 (Bahia-Oeste), entre Ilhéus e Alvorada (TO); os trechos que faltam na Norte-Sul e o trem de alta velocidade entre o Rio de Janeiro e São Paulo, entre outros.
O total de investimentos nesses projetos será superior a R$ 15 bilhões e deverá ser concluído em oito anos. A Valec deverá arcar com 50% dos aportes e o restante será captado na iniciativa privada, além de recursos oriundos da emissão de debêntures.
A Valec será autorizada a abrir o seu capital, atrair sócios e ainda receberá aportes do Tesouro para aumentar a sua capacidade de endividamento.
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