O projeto de construção da Linha 4 do metrô (BotafogoBarra), incluído no pacote de pedidos feitos ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo governador Sérgio Cabral e pelo prefeito eleito, Eduardo Paes, repousa há quase dez anos no papel. A licitação para a obra, feita durante o governo Marcello Alencar, foi vencida por um consórcio formado pelas empresas Queiroz Galvão, Constran e T-Trans. O contrato de concessão foi assinado em dezembro de 1998.
Segundo o presidente da concessionária Rio Barra, Júlio Teixeira, a obra, que na época estava orçada em R$ 880 milhões, custaria hoje cerca de R$ 2,3 bilhões. Pelo contrato, ela seria realizada pela iniciativa privada em parceria com o estado, que arcaria com 45% dos custos (R$ 1 bilhão).
Ligação com a Linha 1 seria feita em Botafogo
A linha de metrô, com 16 quilômetros de extensão, partiria da Estação São João, que ficaria nas imediações do Shopping Rio Sul (entre as estações Botafogo e Cardeal Arcoverde); seguiria por Humaitá, Gávea, São Conrado (a estação ficaria perto da Rocinha), e terminaria no Jardim Oceânico, na Barra da Tijuca. O trajeto seria feito em 20 minutos.
Estima-se que a linha seria implantada em cinco anos. O movimento previsto é de 200 mil passageiros/dia.
O presidente da concessionária disse estar confiante na construção da linha, mas, ao mesmo tempo, deixa escapar certa desconfiança, quando se pergunta se está torcendo para que desta vez a obra saia: — Estou torcendo há dez anos — disse Júlio Teixeira.
A outra obra que integra o pacote também não chega a ser novidade para os cariocas.
No início do ano, Cabral assinou um acordo com a prefeitura do Rio e a Light para estender a auto-estrada conhecida como Via Light desde a Pavuna até Madureira. O projeto estava engavetado há sete anos por falta de investimentos. O novo trecho da Via Light, que tem 11 quilômetros e liga Pavuna a Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, teria 9,5 quilômetros de extensão. A obra estava orçada em cerca de R$ 240 milhões. Segundo o estado, o projeto está em fase de licenciamento pela Feema.
Já as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) da Penha estão orçadas em R$ 470 milhões. Elas incluiriam urbanização e saneamento e beneficiariam 24 mil famílias nas comunidades de Vila Cruzeiro, Vila Cascatinha, Parque Proletário da Penha, Merindiba, Caixa D‘água, Caracol, Chatuba, Morro da Fé, Sereno e Morro da Paz. Segundo Ícaro Moreno Júnior, presidente da Empresa de Obras Públicas do Estado (Emop), o teleférico do Alemão — que já está recebendo obras do PAC — seria estendido até a Igreja da Penha.
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