O Ministério Público do Amapá pediu o afastamento do secretário do Meio Ambiente do Estado, Marcelo Creão, por suspeita de favorecimento na contratação de uma empresa da qual era técnico-responsável pela MMX, de Eike Batista.
A irregularidade aconteceu em agosto deste ano, segundo denúncia feita à Promotoria durante o processo para outorga de uma licença ambiental necessária para fazer a capina química da ferrovia que liga o porto de Santana (AP) à região mineradora da Serra do Navio, sob controle do grupo de Eike.
Uma empresa afirmou que, mesmo entregando todos os documentos pedidos, não ganhou a autorização, que acabou sendo dada a uma concorrente, da qual Creão assume ter sido funcionário e que pôde, assim, assinar o contrato com a MMX –que não informou o valor dos pagamentos.
Em julho, suspeitas de irregularidades na licitação que deu o controle dessa mesma ferrovia a Eike levaram à Operação Toque de Midas, da Polícia Federal.
Durante as investigações, a PF disse ter encontrado indícios que ligavam funcionários do primeiro escalão estadual e o governador Waldez Góes (PDT) à suposta fraude. Tanto o governador quanto os secretários apontados negaram envolvimento no caso.
Para a Promotoria, que ainda investiga o caso da capina, o que pode ter acontecido agora é uma troca de favores entre MMX, governo estadual e a empresa suspeita de ter se beneficiado. Pode ser um resquício [do suposto acordo da licitação]. Por que não?, questionou o promotor Haroldo Franco.
Creão afirmou que se desligou da empresa em julho do ano passado, quando foi nomeado secretário, e citou várias irregularidades para que a licença à empresa que agora reclama tenha sido negada, como, por exemplo, o projeto ter sido copiado da internet. Ele afirmou que conhece diversas pessoas da MMX, mas negou qualquer relação ilegal com a empresa.
Já o grupo de Eike, por meio de sua assessoria, disse que não irá se pronunciar sobre o caso.
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