O vice-presidente de Relações com Investidores da Usiminas, Paulo Penido Marques, disse hoje que a empresa mantém o plano de crescimento que exigirá investimentos de US$ 14,1 bilhões, apesar da crise internacional. A empresa pode passar com muita tranqüilidade pela crise, garantiu Marques em reunião com analistas em evento da Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais (Apimec) realizado hoje.
Apesar da tranqüilidade, Marques ressaltou também que se a crise agravar, temos total flexibilidade de gerenciar o ritmo dos investimentos para manter a qualidade financeira e operacional da empresa. O objetivo, porém, é manter os projetos, ancorados na projeção de demanda firme para aços planos no Brasil nos próximos anos, especialmente por causa de investimentos no setor de petróleo e na indústria naval.
Segundo Marques, 50% dos investimentos de US$ 14,1 bi serão realizados com recursos próprios e o restante virão de instituições de fomento, como o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o banco japonês JBIC, entre outras fontes.
Dentre os investimentos previstos pela siderúrgica, o terminal portuário da empresa no Estado do Rio de Janeiro deverá entrar em operação em 2012, adiantou Marques. A empresa adquiriu um terreno de 850 mil metros quadrados na Baía de Sepetiba, onde construirá um terminal de embarque portuário. O terminal receberá investimentos de R$ 72 milhões e terá capacidade de embarque de 25 milhões de toneladas de minério e servirá, sobretudo, para o escoamento do minério da mina de Serra Azul, localizada em Minas Gerais.
Dívida e captações
A Usiminas fará captações totais de US$ 6 bilhões até 2012, informou Marques. Segundo ele, desse total cerca de US$ 1,5 bilhão serão captados junto ao BNDES. “A empresa tem acesso a mercado para acessar os financiamentos necessários”, disse Marques, que acredita que não haverá obstáculo a essas captações, apesar da crise.
O vice-presidente de Relações com Investidores da Usiminas detalhou também o perfil da dívida atual da empresa que, segundo ele, é de US$ 3,1 bilhões, sendo 83% de longo prazo (US$ 2,6 bilhões) e 17% de curto prazo (US$ 529 milhões).
Segundo ele, 35% da dívida estão em moeda local e outros 65% em moeda estrangeira. “A dívida tem perfil de vencimento adequado. A posição de caixa é extremamente confortável, o que é muito importante nesse momento de crise internacional”, disse.
Preços
O vice-presidente de Relações com Investidores da Usiminas disse ainda que a expectativa é que os preços de aço fiquem estáveis no Brasil. “Até agora não vemos nenhum motivo para que os preços caiam no País”, disse.
Marques acredita que o mercado brasileiro de aço vai crescer 3% no ano que vem e avalia que a demanda pela produção doméstica deverá aumentar com o aumento na cotação do dólar, que poderá reduzir as importações.
Diante dessa expectativa de crescimento, o executivo garantiu que a empresa não pretende reduzir a produção, diante da crise. “Nosso plano de produção este ano é plena carga”, afirmou. “Mas temos planos A, B e C, temos juízo, não vamos inundar o mercado de aço”, disse ele, ressaltando mais uma vez que a empresa tem flexibilidade de adaptação dos projetos em caso de maior agravamento da crise atual.
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