O resultado da Vale no quarto trimestre do ano não deverá ser tão brilhante quanto foi o do terceiro, quando a companhia bateu todos os recordes. A projeção é do próprio presidente da Vale, Roger Agnelli, que na sexta-feira surpreendeu analistas ao traçar um cenário pouco alentador para os negócios de mineração e siderurgia até o segundo trimestre de 2009.
Agnelli destacou que a crise neste último trimestre se espalhou por todo o mundo, mas ressaltou o que chamou de “efeito China”, cuja economia, segundo projeção da própria Vale, deve reduzir o crescimento em 2009 de mais de 12% para taxas entre 7% e 9%. “O mercado vai sentir o efeito deste tranco forte na economia chinesa”, afirmou.
Para analistas, como Pedro Galdi, da SLW, a Vale mudou radicalmente o discurso em relação à China. Para Wellington Senter, analista de mineração da Modal Asset, a Vale já caiu na real e Agnelli deixou claro que falava da economia real ao prever que esse cenário de estresse pode durar pelo menos uns três trimestres. “Eles até cortaram produção de níquel na China e na Indonésia”, destacou.
A China é hoje o maior cliente isolado de minério de ferro da Vale. No terceiro trimestre respondeu por 20% das vendas do produto da mineradora brasileira. A Vale trabalha com uma queda forte nos volumes de minério vendidos para a China até dezembro por conta dos estoques do produto nos portos chineses em decorrência da desaceleração da economia local.
Seja o primeiro a comentar