A redistribuição do espaço público é a solução para a introdução de bicicletas nas avenidas do Brasil. Essa foi a idéia defendida por Reginaldo Paiva, representante da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) durante o encerramento da 1ª Conferência Internacional de Mobilidade por Bicicleta, em Brasília, evento que aconteceu entre quarta-feira (12) e sábado (15) na capital federal.
Segundo Paiva, cidades como São Paulo podem ter um trânsito mais tranqüilo se fossem feitas adaptações para o uso de bicicletas. De acordo com estudos da CPTM, o sistema viário brasileiro é destinado aos automóveis, o que dificulta as transformações nas estradas e no comportamento da sociedade.
Em São Paulo já foram construídos 14 bicicletários em estações ferroviárias. Os locais são destinados àqueles que se deslocam até a estação de bicicleta e não contam com espaço para deixar os equipamentos.
Aluguel de bicicletas
No dia 27 de setembro desse ano, começou a funcionar o serviço de aluguel de bicicletas em estações do Metrô de São Paulo. São 40 bicicletas –dez por estação– disponíveis, em quatro estações da linha 3-vermelha: Sé (centro), Carrão, Corinthians-Itaquera e Guilhermina-Esperança (zona leste).
O uso é gratuito na primeira hora e custa R$ 2 nas horas adicionais. Porém, o aluguel só é possível para quem possui cartão de crédito, cuja cópia deve ser deixada na estação no momento da retirada da bicicleta, para inibir furtos. O pagamento é debitado no cartão.
Ciclovia
No mesmo dia, foi inaugurada a ciclovia Caminho Verde, na Radial Leste, construída em parceria com a Prefeitura de São Paulo. Dos 12,2 km previstos, foram entregues os primeiros 6 km, entre as estações Corinthians-Itaquera e Guilhermina-Esperança.
Com a inauguração do trecho da nova ciclovia, São Paulo passa a ter 10,5 km de ciclovias fora de parques –contra 17 mil km de ruas e avenidas para os automóveis. Elas representam pouco mais de um terço do total e não ligam pontos importantes.
Idealizado pela ONG Instituto Parada Vital, em parceria com a Porto Seguro, o serviço de aluguel de bicicletas –batizado de “Metrociclista”– é inspirado no de Paris, iniciado em 2007, com 10 mil bicicletas. A idéia é desestimular o uso de carro e desafogar o metrô.
Planos estão sendo criados para que bicicletários sejam criados em todo o país. “Não queremos que as pessoas abandonem os seus carros, mas que aprendam uma forma saudável e econômica de locomoção”, afirmou o diretor da União dos Ciclistas do Brasil (UCB), Fernando Lobo.
A conferência fez parte do “Bicicultura bicicletas para um mundo melhor”, evento organizado pela UCB e pela ONG Rodas da Paz.
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