Em busca de apoio para aumentar a capacidade de endividamento da capital, o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), esteve ontem no Palácio do Planalto pela primeira vez depois da eleição em que derrotou Marta Suplicy, do PT. Recebido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pelo ministro de Relações Institucionais, José Múcio, pediu ao governo federal que invista recursos nas obras de ampliação do metrô. “Todos sabem que o metrô é de responsabilidade do governo do Estado, mas eu sugeri ao presidente que invista na obra”, disse. “E esse investimento terá uma contrapartida da Prefeitura.”
Kassab não forneceu detalhes nem mencionou valores de um eventual acordo para a ampliação da malha metroviária na capital paulista. “O presidente Lula tem demonstrado preocupação com o assunto”, afirmou o prefeito. “Ele ficou de examinar a proposta.”
Diante das feridas do lado do PT paulistano, Lula e Kassab acertaram que o governo federal só entrará no debate sobre mudanças na legislação para aumentar o endividamento dos municípios com a entrada em cena de um grupo de prefeitos de grandes capitais. Lula, que mantém uma boa relação com Kassab, quer dar um caráter multipartidário à proposta.
A uma pergunta se havia pedido ao presidente apoio para mudança na legislação que estabelece limites à dívida dos municípios, o prefeito respondeu que não conversou sobre o assunto com Lula. “A questão do endividamento não diz respeito ao governo federal, mas ao Legislativo”, acrescentou.
O encontro de Lula e Kassab foi descontraído. O presidente, corintiano, brincou com o prefeito sobre a situação do São Paulo, líder do Campeonato Brasileiro. “Além de ganhar a Prefeitura, você vai ganhar o campeonato também?”
Kassab reafirmou que seu mandato na Prefeitura de São Paulo será uma continuidade do trabalho de seu antecessor, José Serra (PSDB), atual governador. O prefeito afastou, mais uma vez, a possibilidade de deixar o cargo para concorrer ao governo do Estado, em 2010. Mas admitiu que a união PSDB e DEM em São Paulo pode repetir-se no plano nacional em 2010. “Acho natural que a gente examine a constituição dessa aliança no plano nacional.”
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