O Metrô Rio deu a largada para a sua mais ambiciosa empreitada desde a concessão, com o lançamento da pedra fundamental da futura estação Cidade Nova, nesta quinta-feira (dia 13). As obras já começaram e fazem parte de um projeto de R$ 1,2 bilhão de investimentos em, além da nova estação, 114 carros novos, a construção de uma ligação entre as linhas 1 e 2 e da estação Uruguai, na Tijuca, modernização de trens e sistemas de sinalização, entre outras ações. Os investimentos são a contra-partida pela prorrogação do contrato de concessão para mais 20 anos, firmado no final do ano passado entre operadora e Governo estadual. A meta da empresa é transportar 1,1 milhão de passageiros por dia com a implantação do projeto, batizado Metrô Século XXI.
Com a nova linha, a ligação Pavuna – Botafogo será feita com 13 minutos a menos, sem a necessidade de baldeação no Estácio, desafogando também a Linha 1. Os intervalos entre trens no trecho Central – Botafogo será reduzido para dois minutos; o restante do sistema permanecerá com intervalos de quatro minutos. A operadora, no entanto, trabalha com a meta de diminuir ainda mais este headway para 1 minuto e 30 segundos e três minutos, respectivamente.
“Esse era um sonho meu e da minha equipe”, afirmou o governador do Rio, Sergio Cabral, durante a cerimônia. Para ele, as obras marcarão o fim do sofrimento dos passageiros do Metrô, que funciona atualmente no limite da capacidade. Cabral considera a obra mais vantajosa para os passageiros que a expansão prevista anteriormente, com a passagem da linha pela Praça da Cruz Vermelha, perto da Lapa. “Era muito mais óbvio, barato e inteligente fazer a expansão desta forma [com ligação direta entre linhas 1 e 2], aumentando o número de passageiros por dia para mais 250 mil”, disse o governador. “Será a redenção para milhares de pessoas que são obrigadas a sofrer, diariamente, com a baldeação no Estácio”, completou. A previsão é que a obra seja entregue em dezembro de 2009, mesma época da inauguração da estação Gal. Osório.
Já a implantação da estação Uruguai somará mais um quilômetro de extensão ao sistema e está prevista para ser entregue em dezembro de 2014. O estacionamento subterrâneo do Rabicho da Tijuca, que era de responsabilidade da Companhia de Desenvolvimento Rodoviário e Terminais do Estado (Coderte), foi recentemente devolvido ao Estado e deve funcionar de forma integrada ao Metrô.
O governador aproveitou para dizer que o projeto da Linha 4 sofrerá mudanças. “O governo não apóia a construção do jeito que está. Não há a menor chance de fazer a linha com o traçado antigo”, disse, se referindo a ligação Barra da Tijuca – Botafogo, de acordo com o projeto original. Para Cabral, o ideal é conectar a Barra a Linha 1, na futura estação Gal. Osório, em Ipanema. A linha foi licitada em 1998, em concorrência vencida por um consórcio formado por Queiroz Galvão, Constran e T’Trans. Com a reformulação do traçado, o trecho entre as estações Jardim Oceânico e Jóquei formaria a Linha 4, sob a responsabilidade deste grupo. Da área da Gávea em diante, até a Gal. Osório, passando pelo Leblon, o trecho seria implantando como uma expansão da Linha 1, sendo operado pelo Metrô Rio e com uma nova licitação para a construção. Segundo o governador, o novo traçado da Linha 4 aumentaria o número de passageiros beneficiados em 280 mil por dia, contra 160 mil da proposta original.
Outro ponto de discórdia entre os dois projetos é o preço do bilhete. De acordo com o projeto antigo, a tarifa seria de cerca de R$ 6. “Seria o metrô mais caro do mundo”, disse o governador, que considera R$ 2,20 um preço mais justo.
Novos trens
Para a aquisição dos 114 novos carros – que formariam 19 trens –, o Metrô Rio contratou o metrô de Hong Kong, considerado como um dos melhores do mundo, para prestar consultoria. “Como nós não temos experiência em compra de trens, vamos contar com a ajuda dos asiáticos na elaboração das especificações técnicas, na escolha do fornecedor e acompanhamento da fabricação”, afirmou o presidente do Metrô Rio, José Gustavo de Souza Costa. A empresa está realizando a tomada de preços e deve destinar aproximadamente R$ 350 milhões para a aquisição dos carros. A previsão é que a entrega da encomenda seja finalizada em dezembro de 2011.
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