Rotina do metrô é de superlotação

Isabella Guerreiro


Estimulada por inúmeras reclamações de leitores, decidi sentir na pele a superlotação dos vagões do metrô no Rio. Escolhi o trecho Pavuna-Siqueira Campos. Pouco antes das 7h, no horário de pico, cheguei à estação da Pavuna. Lá, o movimento é de cerca de 70 mil passageiros por dia. Em procissão, acompanhando milhares de usuários, desci as escadas até a plataforma. Mas a multidão, que se espremia em busca de um bom lugar para garantir a entrada rápida nos vagões, não me deixou chegar nem perto da linha amarela que separa o trem da plataforma. Irritados, muitos preferem aguardar a próxima composição para embarcar com tranqüilidade. Fiz o mesmo.


Apesar de os trens partirem a cada quatro minutos, o espaço destinado aos passageiros está sempre cheio. O engenheiro de transportes Fernando Mac Dowell me disse que a superlotação pode ser resolvida:


– A Linha 2 tem capacidade para operar com intervalos de até cem segundos, o que atenderia à demanda.


Os passageiros já desenvolveram seus métodos para driblar o modo sardinha em lata de viajar. Sônia Maria Gomes, de 49 anos, opta por pegar o trem em Vicente de Carvalho em direção à Pavuna para, então, refazer o caminho em direção ao Centro. Motivo: conseguir um lugar sentado. Já Flávio Benevides, de 30 anos, não vê outra alternativa a não ser se conformar com o empurra-empurra.


Às 7h02m, entrei em um trem extra. Cinco segundos foram suficientes para não ter mais bancos disponíveis. Em pé, não podia me mexer muito. A situação piorava ao longo da viagem (quase não há desembarque). Porém, sufoco mesmo vivi ao chegar à estação Estácio, às 7h38m. Uma multidão caminhava em direção à transferência para a Linha 1 (destino de 85% dos passageiros da Linha 2). Fui levada pelo fluxo e empurrada até entrar em uma composição que já partiu cheia e lotou ainda mais na Central do Brasil. Um arrastão. Até a Carioca, o trem continua cheio. Alívio para os passageiros apenas a partir do Flamengo. Mas não importa: só faltam três estações até a outra ponta da rede, em Copacabana.


Para entender a superlotação, é preciso analisar os números do metrô. Nos últimos dez anos, a quantidade de passageiros cresceu 80% (86 para 155 milhões por ano). Mas a frota permaneceu a mesma (182 vagões).


– O ideal é fazer a transferência para a Linha 2 na Carioca e trabalhar a integração com as barcas numa estação na Praça Quinze – sugere Mac Dowell.


A Metrô Rio considera mais viável construir a conexão direta Pavuna-Botafogo, que acaba com a transferência no Estácio e liga São Cristóvão à Central. A empresa informou que investirá R$ 1,15 bilhão na criação das estações Cidade Nova e Uruguai e na compra de 114 vagões.


Sem espaço e apoio, mãos dos passageiros ficam no teto


Embarcar em um trem lotado é uma aventura e, equilibrar-se dentro dele, é questão de habilidade, pois, nas composições mais antigas, há poucas barras para os usuários se segurarem. Por isso, os passageiros mais altos se apóiam até no teto. Já os vagões novos possuem mais corrimãos. Porém, apenas 30 dos 182 carros em operação foram reformados. Segundo a Metrô Rio, até o fim do ano serão 50.


– O vagão novo é melhor: mais claro e espaçoso. Além disso, há mais barras no meio do carro para as pessoas se segurarem. No vagão antigo, um passageiro fica em cima do outro – compara a auxiliar de contabilidade Maria Aparecida Lima dos Santos, de 29 anos. – Os bancos também são mais confortáveis porque têm almofadas.


Nos novos vagões, os assentos são suspensos e os corrimãos orientam a distribuição de passageiros pelo carro.

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Fonte: Extra

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