A Valec, estatal responsável pela implantação de novas linhas no país, pretende construir 1.400 km até 2010. Reforçando o que havia dito o secretário executivo do Ministério dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, o presidente da Valec, Juquinha das Neves, garantiu que o Governo federal está disposto a investir na implantação de novas linhas para o Brasil. “A ministra [-chefe da Casa Civil] Dilma Roussef está acompanhando de perto os leilões de subconcessão das novas linhas e, apesar da crise, vamos manter os projetos”, afirmou Juquinha durante palestra no seminário Negócios nos Trilhos, que acontece em paralelo à feira e vai até esta quinta-feira (dia 6), no Expo Center Norte, em São Paulo. A meta da Valec é chegar a 2015 com 2.200 km de novas linhas construídas. “É preciso voltar a construir ferrovias”, afirmou Juquinha.
Ele falou do andamento das novas subconcessões, como a da ferrovia Oeste-Leste, entre Figueirópolis (TO) e Ilhéus (BA), e dos trechos restantes da Norte-Sul (entre Palmas e Estrela D’Oeste), além de apresentar a intenção de construir uma nova linha entre Panorama (SP) e Porto Murtinho (MS) e de uma longa ferrovia ligando o litoral do norte do Rio de Janeiro a Boqueirão da Esperança (AC), onde se conectaria a estradas de ferro do Peru. Tal obra tornaria possível uma ligação bi-oceânica entre Atlântico e Pacífico.
A Ferrovia Oeste-Leste está orçada em R$ 6 bilhões, mas a Valec espera conseguir apenas a metade disso em leilão. O restante caberá aos Governo federal investir. Sobre a falta de um porto em Ilhéus, Juquinha afirmou que vai se encontrar com representantes do governo da Bahia para assinar um termo de compromisso para a viabilização do projeto. No caso do litoral norte-fluminense, ainda não há definição sobre o local da instalação de um novo terminal marítimo.
A Valec pretende utilizar os recursos obtidos com as subconcessões – validas por 30 anos – na construção da própria via leiloada e em outras. A idéia é repetir nos outros trechos o processo utilizado na subconcessão da linha entre Araguaína e Palmas à Vale, em que o montante de R$ 1.478 bilhão está sendo usado para concluir o restante da Norte-Sul. A estatal vai abrir a possibilidade de participação de investidores estrangeiros nos leilões. Para isso, está realizando road shows nos EUA e Europa.
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