Oa trens usados adquiridos da espanhola Renfe pela CPTM em 1996 operam bem em São Paulo, embora tenham gerado denúncias no Chile. Naquele país, a estatal Empresa de Ferrocarriles del Estado (EFE) comprou trens do mesmo lote entre 2003 e 2005, que pararam de funcionar logo após terem sido entregues.
As unidades foram fabricadas pela CAF entre 1974 e 1977 e modernizadas pela Renfe a partir de 1993, na Espanha. Destas, 20 unidades de três carros cada (MC+R+RC) seguiram para o Chile e 48 vieram para o Brasil.
O Conselho de Defesa do Chile, organismo que representa juridicamente o país, solicitou explicações à Espanha sobre os motivos que levaram os trens espanhóis a pararem de funcionar poucos meses depois de serem entregues. Na época da compra, a EFE cumpria um plano de modernização, tendo desistido de adquirir unidades novas e mais baratas de origem chinesa para obter os trens usados da Renfe.
POD NOS TRILHOS
- Investimentos, projetos e desafios da CCR na mobilidade urbana
- O projeto de renovação de 560 km de vias da MRS
- Da expansão da Malha Norte às obras na Malha Paulista: os projetos da Rumo no setor ferroviário
- TIC Trens: o sonho começa a virar realidade
- SP nos Trilhos: os projetos ferroviários na carteira do estado
Segundo fontes chilenas, o acordo firmado entre a EFE e a Renfe previa, além do fornecimento das unidades, sua manutenção e a disponibilização de um software de controle, que nunca funcionou. No documento enviado à justiça espanhola, o Chile faz uma série de perguntas a respeito da relação comercial entre a estatal e a Renfe, uma vez que existem suspeitas de irregularidades nas negociações.
No Brasil, a história transcorreu de outra forma. Os trens comprados da Renfe continuam operando nas linhas 9 (antiga Linha C) e 10 (antiga Linha D) como trens da Série 2100, sendo que 44 permanecem na frota ativa e quatro estão na inativa. Juntamente com a negociação entre a CPTM e a Renfe, foi assinado um contrato de manutenção com a CAF/Temoinsa. Os trens vieram com custo zero, mas a reforma e o contrato de manutenção eram remunerados.
Seja o primeiro a comentar