Após mais de 30 anos, a Ilha do Fundão deve ganhar um novo Plano Diretor, com a integração como meta principal. Empolgado com as propostas preliminares apresentadas na UFRJ, o reitor Aloísio Teixeira espera ter até maio um esqueleto inicial do projeto aprovado.
Além de ciclovia interligando o campus, a novidade pode ficar por conta de um projeto feito pela Coppe e a Escola Politécnica: o Magleve. A intenção é que o veículo, que dispensa o uso de trilhos e rodas, possa no futuro fazer a ligação entre os aeroportos Santos Dumont e Tom Jobim, aproveitando um trecho piloto na Cidade Universitária.
— A nova proposta do Plano Diretor trabalha com um conceito bem diferente daquele que foi aprovado nos anos 70. Naquela época, a ideia era basicamente oferecer instalações adequadas para receber os alunos. Agora, o eixo que organiza o projeto é a integração, tanto interna quanto com o Rio — afirma Aloísio.
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Protótipo será instalado num pequeno trecho
O projeto do Magleve surgiu há dez anos, com a equipe do Laboratório de Aplicações de Supercondutores da Coppe.
Recursos de R$ 4 milhões da Fundação de Amparo à Pesquisa do Rio de Janeiro (Faperj) possibilitaram a realização do projeto inicial: até 2011, um protótipo será instalado num pequeno trecho, de cem metros, próximo a um salão de exposições da Coppe.
Será possível ver o trem do entroncamento da Linha Amarela com a Linha Vermelha.
— A partir dessa exposição inicial, estamos apostando em parcerias público-privadas para colocar o Magleve num trecho de quatro quilômetros no Fundão. Acreditamos que seja possível expandir o projeto para uma ligação entre os aeroportos pois os custos, principalmente no que envolve construção civil, são bem mais baixos do que os do metrô, por exemplo — diz o professor da Coppe Richard Stephan.
A tecnologia do Magleve é baseada na formação de um campo magnético de repulsão entre os trilhos e os módulos de levitação. Para criar este campo magnético, que faz o trem levitar, os cientistas resfriam os supercondutores a uma temperatura negativa de 196 graus, utilizando nitrogênio líquido.
Além do Magleve, a UFRJ aposta em parcerias com o estado e com a prefeitura para melhorar o transpor te de quem chega e sai da Cidade Universitária. Está em discussão com o Departamento de Estradas e Rodagem (DER) a construção de uma nova ponte de ligação com a Linha Vermelha.
Com a prefeitura, a intenção é melhorar a circulação de linhas de ônibus no campus.
Já para este ano, há previsão de licitar obras de construção de novos prédios. Um alojamento para 500 alunos e mais um edifício voltado para a graduação estão entre os projetos. Há verbas de R$ 50 milhões do governo federal para as benfeitorias.
Um conselho participativo, com representantes da UFRJ e da sociedade civil, começa a se reunir no mês que vem para discutir o Plano Diretor, que terá metas até 2020. A intenção é sair dos 34.021 alunos do ano passado para 76.570 em 2020.
UFRJ completará 90 anos de fundação em 2010
Em 2010, a UFRJ completará 90 anos de fundação. Do Plano Diretor criado nos anos 70 para o Fundão, boa parte não saiu do papel, já que a ideia era transferir todos os cursos para a Cidade Universitária. Por falta de verbas, o projeto, que previa até a construção de um estádio de futebol, ficou pela metade.
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