O governo José Serra (PSDB) optou por elevar a tarifa do futuro trem que vai ligar a região central de São Paulo ao aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, na região metropolitana.
O valor máximo da passagem do Expresso Aeroporto aumentou 25% -da previsão de R$ 28 para a de R$ 35 por viagem-, e a possibilidade de os passageiros pagarem menos ficou bastante reduzida após a mudança, recém-formalizada pelo Estado, do modelo de concessão do sistema à iniciativa privada.
A linha de trem de 28,3 km da Luz ao aeroporto é uma das obras do plano de expansão da gestão Serra, prevista inicialmente para 2010, mas que sofreu atrasos e só deve terminar no segundo semestre de 2012.
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O Estado planejava que a concorrência pública para construir e operar a linha por mais de 30 anos selecionasse a empresa que oferecesse a menor tarifa, com teto de R$ 28.
Nos últimos dias, mudou de ideia. Fixou um novo patamar máximo da passagem -de R$ 35- e decidiu que vencerá quem der mais dinheiro ao Estado em troca da concessão.
Na prática, pelo novo modelo, os passageiros do Expresso Aeroporto deverão pagar mais caro. O Estado, por outro lado, deverá captar mais recursos.
A alteração foi oficializada no último dia 22 pelo governador, após sugestões de grupos interessados na disputa. A previsão da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) é que a concorrência seja concluída no próximo semestre para que as obras terminem até 2012.
O presidente da CPTM, Sérgio Henrique Passos Avelleda, alega que a mudança ocorreu porque a linha terá um serviço seletivo e que a nova regra permite ao Estado obter dinheiro para um trem que vai atender a uma população carente.
A proposta é que a ligação concedida à iniciativa privada seja usada por passageiros de Cumbica e que uma outra linha paralela, a 13-jade, mais simples e barata, integrada à atual linha 12-safira, seja criada para atender à demanda dos demais moradores de Guarulhos. Avelleda acredita que, mesmo com a elevação, a tarifa não será alta. É uma tarifa atrativa se considerar que custa R$ 90 um táxi do aeroporto ao centro de São Paulo, afirma.
O presidente da CPTM diz também que a empresa concessionária poderá, de acordo com a sua estratégia empresarial, fazer baixas tarifárias.
Avelleda atribui o atraso nas obras ao tempo dedicado ao estudo e à obtenção de licenças. Esse processo consumiu mais tempo do que a gente pretendia consumir. Mas foi necessário para a qualidade e consistência do projeto.
Ele prevê que a ligação do centro paulistano até Cumbica seja feita em 20 minutos e que a demanda inicial seja de 19 mil passageiros diariamente.
O Estado estima que a construção da linha, a cargo da concessionária, custe R$ 1,4 bilhão. Em troca da exploração do sistema, a empresa também deverá investir R$ 120 milhões do total de R$ 1 bilhão de gastos na futura linha 13-jade -trem mais popular até Guarulhos.
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