O celular se tornou um aliado contra as ocorrências nas linhas da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). Segundo levantamento da empresa, a central de segurança recebeu 773 mensagens de texto desde novembro, quando o programa foi lançado, até a última sexta-feira (13). Desse total, cerca de 10% possibilitaram uma ação imediata da segurança, com resultado considerado “positivo”.
“A ideia era permitir que o usuário fizesse a denúncia em curso sem que houvesse constrangimento. É uma forma de preservar a identidade do denunciante”, afirma Mário Fioratti, diretor de operações da CPTM. Segundo ele, o resultado foi melhor do que o esperado. “Surpreendeu porque é um meio novo de comunicação. A receptividade foi muito boa.”
As mensagens são recebidas 24 horas por dia pelo telefone 7150-4949. De acordo com a CPTM, elas trazem elogios, reclamações e denúncias. Metade dos “torpedos”, segundo o diretor, são denúncias de problemas que ocorrem no sistema. “A central recebe, identifica onde a pessoa está e desloca um agente. Muitas vezes não dá tempo de chegar a tempo de flagrar a situação denunciada”, afirma o diretor.
Entre os 10% que resultaram em ações efetivas, o maior número de reclamações entre novembro e fevereiro foi: usuários com música alta, pregação religiosa, ação de ambulantes, usuários fumando cigarro em local não permitido e passageiros utilizando drogas. Fioratti acredita que o novo serviço contribuiu para a redução das ocorrências de segurança pública no sistema. Em 2006, foram registradas cinco ocorrências a cada milhão de passageiros transportados. Esse número caiu, segundo ele, para 3,9 em 2007 e três no ano passado. Atos de vandalismo representam 1/3 desses casos.
Balanço de 2008
Agentes da CPTM apreenderam ao longo de 2008 mais de 1,1 milhão de unidades de produtos com ambulantes no interior dos trens e nas estações. Balas, chocolates, chicletes e bebidas são exemplos de produtos recolhidos. No total, foram realizadas no ano passado 35,2 mil apreensões no sistema.
As unidades recolhidas caíram em relação a 2007 (1,3 milhão) e 2006 (1,6 milhão). A segurança da CPTM acredita que a queda é resultado do aumento de fiscalização no sistema. Além disso, a companhia diz que os ambulantes passaram a dividir em pequenas partes os produtos comercializadas, dificultando o flagrante.
A companhia aumentou o número de blitze no ano passado, que aconteceram em parceria com as polícias Civil e Militar. Houve 1.710 operações especiais em 2008 contra 759 em 2007. O objetivo das blitze é evitar o consumo e o porte de entorpecentes, furtos, atos de vandalismo, e o comércio dentro dos trens e nas estações.
Os agentes abordaram 71.069 pessoas em 2008, contra 45.654 no ano anterior. O número de pessoas levadas a delegacias por envolvimento com drogas, no entanto, caiu de 237 em 2007 para 218 casos no ano passado.
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