As cinco últimas estações da Linha Sul do Metrô do Recife (Metrorec), que estão com as estruturas físicas prontas há quatro anos, vão ser finalmente inauguradas, em março, com a presença do presidente Lula, mas sem os prometidos e essenciais terminais de integração para o perfeito funcionamento do sistema. Além disso, em virtude do reduzido número de trens, quatro no total, o intervalo entre cada viagem deve variar entre 13 e 15 minutos. O ideal, segundo informações do superintendente do Metrorec, Elias Manoel da Silva, seria intervalos entre cinco e seis minutos.
A expectativa gerada pelo governador Eduardo Campos era de que o presidente Lula inaugurasse as estações no dia 12 de fevereiro, quando vem a Pernambuco assinar, em Salgueiro, no Sertão, ordem de serviço para o início das obras do trecho da ferrovia Transnordestina. No entanto, o presidente desistiu quando soube que iria inaugurar os terminais e a população não poderia utilizar o sistema já no dia seguinte.
Ontem, Elias Manoel da Silva se reuniu com o cerimonial do Palácio do Planalto. Conforme informações do Metrorec, para entrar em funcionamento, é preciso finalizar todo o sistema de sinalização. A parte de energia foi concluída no fim de semana.
Elias reconheceu ser um problema colocar as estações em funcionamento sem os respectivos terminais de integração. “Sem dúvida, é um grande prejuízo.” Sem o sistema integrado, o metrô vai operar com uma baixa demanda de passageiros. Nos bastidores, existe também a preocupação de que o transporte clandestino aproveite a lacuna e passe a transportar os passageiros que desembarcarem nas estações.
A estação de Cajueiro Seco, a última da Linha Sul, já está pichada. As passarelas são as partes mais atingidas pelo vandalismo. “A gente já conseguiu pegar os pichadores. Mas eles são adolescentes e ficam soltos”, informou um dos seguranças da estação. Na estação de Prazeres, o mesmo problema. O terreno onde já deveria ter sido erguido o terminal integrado virou um depósito de lixo. Grande parte dos moradores foi indenizada, no entanto, com a indefinição das obras, permanece no local. “Estamos esperando eles iniciarem a construção. Algumas casas já foram até derrubadas, mas acho que eles desistiram de fazer as obras. Faz muito tempo e nada. Vamos esperar”, informou José Augusto Ferreira, 43 anos, morador de Prazeres, no município de Jaboatão dos Guararapes.
BUROCRACIA
A assessoria de imprensa do Grande Recife Consórcio de Transporte, antiga EMTU, explicou que, inicialmente, as obras das estações seriam realizadas pelo governo federal. A licitação, realizada no ano passado, foi cancelada. Depois de várias negociações, o governo federal, por meio da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), transferiu a responsabilidade de execução das obras para o governo do Estado. Um novo edital de licitação está em fase de conclusão. A expectativa é que seja publicado em março. Segundo informações extra-oficiais, estão previstas as construções de terminais integrados nas estações Barro, TIP, Joana Bezerra, Largo da Paz, Tancredo Neves, Aeroporto, Prazeres e Cajueiro Seco.
Nas estações de Joana Bezerra, Tancredo Neves, Prazeres e Cajueiro Seco estão previstas intervenções para implementação de um sistema viário de acesso.
Até o momento, a Caixa Econômica Federal já garantiu a liberação de R$ 10 milhões para a implantação dos terminais integrados. Todas as obras englobam investimentos aproximados de R$ 45 milhões.
O superintendente Elias Manoel da Silva informou que os intervalos entre as viagens, com as novas estações, só vão ser reduzidos para cinco ou seis minutos quando dobrar o número de composições. “Já existe uma demanda junto ao governo federal. O pleito está na Casa Civil. Estamos aguardando uma definição”, explicou.
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