Incitar, com base no Plano Viário Rural e Urbano do Município, a discussão sobre o melhor sistema férreo de transporte público para Mogi das Cruzes. Esta é a intenção de lideranças da Cidade, tais como os presidentes da Associação dos Moradores do Jardim São Pedro e Região, Adalberto de Andrade, e o da Associação Amigos do Bairro do Mogilar, José Arraes, para a reunião do Conselho Municipal da Cidade, que acontecerá na próxima terça-feira, às 19 horas, no Posto de Atendimento ao Cidadão (PAC). Ambos asseguram que não perderão a chance de expressarem seus pareceres sobre o tema.
A ideia de Andrade, como ele mesmo relata, é reunir opiniões dos mais diferentes pontos da Cidade, como Braz Cubas, Jundiapeba e Sabaúna, formatando-as em uma proposta unificada, que será apresentada na reunião. Queremos aproveitar todos os espaços possíveis para abrirmos um debate e fazermos prevalecer realmente a vontade da maioria, frisa. O único empecilho, segundo ele, é a parca divulgação desses encontros de conselhos, e a consequente dificuldade em contatar líderes de bairros. Outro questionamento que ele levanta é se algo de concreto vai resultar deste encontro, ou se mais uma vez ele será permeado apenas por homologações.
O presidente da Associação dos Moradores do Jardim São Pedro diz que sua nova empreitada é convencer forças políticas da Cidade a convidarem técnicos da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) para virem a Mogi e explicarem mais detalhadamente como seria a vinda do Expresso Leste até 2012, possibilidade esta confirmada pelo presidente da empresa, Sérgio Avelleda, na visita que fez a Suzano na última sexta-feira.
Andrade garante que já protocolou ofícios no gabinete dos vereadores Nabil Safiti (DEM), Expedito Ubiratan Tobias (PR) e Carlos Evaristo (DEM), além de recorrer também ao deputado federal Valdemar Costa Neto (PR). O Valdemar tem sim força no governo federal, já aprovou muitas emendas e acredito que ele pode viabilizar financiamentos através do Prosefer (Programa Nacional de Segurança Ferroviária) para a construção de túneis e viadutos, frisa, pontuando que, quando se trata de assuntos assim, as diferenças políticas têm de ser deixadas de lado. É preciso se unir. O que não podemos é deixar de pedir.
Ele critica, por fim, a reunião do Conselho Municipal de Transportes, que foi agendada para o mesmo dia e mesmo horário do encontro do Conselho da Cidade. O que eu acho é que eles podem tentar homologar algo favorável ao VLT (Veículo Leve Sobre Trilhos) enquanto estivermos acompanhando a outra reunião, desconfia.
Arraes, por sua vez, faz um apelo para que todas as partes interessadas no transporte férreo, tais como usuários e até mesmo engenheiros e conhecedores da parte técnica referente a trens, compareçam à reunião. A discussão do VLT sempre tem dois lados: o da sociedade civil, que pelo menos pelo que eu percebo continua querendo o Expresso Leste e o do Governo do Estado, que defende a implantação do VLT, salienta.
O líder da entidade reforça que a CPTM precisa fazer um trabalho de convencimento mais enfático, e que a bandeira contra o VLT só foi levantada porque os argumentos apresentados pela empresa até o momento não foram o bastante. Se eles conseguirem nos convencer de que o VLT será um benefício maior, podemos muito bem aceitar a proposta. O problema é que eles apresentaram aquela estatística, de que só 13 mil mogianos viajavam de trem. Este número é um absurdo. Somos 400 mil habitantes. Vamos imaginar que metade disso representa a força de trabalho da Cidade. Dessas, só 13 mil precisam andar de trem? Claramente eles nunca foram na Praça Sacadura Cabral às 4 horas da manhã. Eles têm de falar coisa com coisa, porque não somos mais bobos, frisa.
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