Na moderna e elegante estação de trem de Taipé, o diretor-adjunto da companhia que administra o trem bala no país, Hsiang-Hwa Lu, parece desolado. Não há quase passageiros para pegar o trem que faz em 90 minutos os 345 quilômetros entre Taipé e Kiohsiung, no outro lado do país.
“Todo mundo elogia o projeto, mas muitos reclamam do preço”, diz ele, confirmando que a empresa “passa por problemas”. Em dois anos de operação, o trem-bala já causou prejuízo de US$ 1,5 bilhão. O dinheiro das passagens vendidas cobre custos operacionais, mas é insuficiente para pagar juros de US$ 70 milhões mensais.
A situação piorou com a crise financeira e econômica. Pouca gente está disposta a pagar US$ 50 e prefere viajar cinco horas de ônibus pagando US$ 20.
O projeto de trem-bala de Taiwan é o maior projeto de infraestrutura BOT (build-operate-transfer), com custo de US$ 15,5 bilhões. O setor privado arcou com 75% do projeto.
A empresa Taiwan High Speed Rail Corporation (THSRCO) tem concessão de 35 anos e deve pagar ao governo 10% de qualquer lucro antes de impostos e um mínimo de US$ 3,6 bilhões.
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