Pegar uma “carona” na rabeira de um ônibus, ou “surfar” sobre uma composição de trem, pode ser uma aventura. Mas é inconsequente, obviamente. O risco de se perder um membro, ficar paraplégico ou morrer, sempre está junto de quem se agarra desta forma. É por isso que a América Latina Logística (ALL), concessionária do serviço ferroviário da malha Sul no Brasil, lança no próximo mês uma campanha específica para diminuir a incidência deste tipo de carona. Em Curitiba, a Urbs viu diminuir esse tipo de ação com mais rigor na fiscalização, embora ainda ocorram.
A campanha da ALL não se restringe a Curitiba. Ela será feita em toda a área de atuação da empresa, desde o interior de São Paulo, até o Paraná. Em Curitiba, a ocorrência de fatalidades neste tipo de atitude não é grande, mas os surfistas aproveitam que as composições cruzam a cidade a baixa velocidade para as escalarem. “E fazem isso pela adrenalina”, conta a coordenadora do Instituto ALL Educação e Cidadania, Carolina Figueiredo Goulart. O instituto é responsável pelas campanhas de segurança da empresa, entre outras.
A ALL tem uma pesquisa que revela que quem normalmente pratica o “surf ferroviário” é o jovem, e que ele faz isso pela emoção. “Eles não tem noção do perigo. Por isso resolvemos iniciar essa campanha”, conta Carolina. Além de material sobre os perigos de pegar carona nos trens, voluntários da empresa farão palestras nas comunidades onde a ocorrência é maior.
Depois do primeiro ano de campanha a ALL fará uma nova pesquisa para reconhecer o tipo de resultado. Mas de cara se aposta numa redução no número de jovens que se arriscam subindo nas composições. “A ideia é, principalmente, mostrar a seriedade da campanha, que eles não devem surfar no trem. O prejuízo é muito grande para a vida”, completa Carolina. O mote da campanha é “Surfista de trem leva caldo da vida”.
Urbs — Segundo a Prefeitura de Curitiba, a prática da rabeira tem diminuido na cidade nos últimos três anos. Embora ainda ocorram, são considerados esporádicos. Ainda conforme a assessoria da Urbs, a redução se deve especialmente ao reforço da fiscalização nos terminais, à ação da Guarda Municipal que percorre as canaletas, e à determinação aos motoristas para que parem o ônibus em qualquer ponto assim que constatarem a existência de pessoas penduradas no veículo.
A prática é perigosa não só para quem pega a “rabeira”, mas também porque pode criar situações de risco no trânsito para o próprio ônibus. A comunidade pode colaborar denunciando a existência de “rabeira” pelo telefone 156, comunicando a linha ou trajeto onde ela venha a ocorrer, o que levará a um reforço na fiscalização.
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