Este foi o tom da cerimônia de abertura da Intermodal South America 2009, realizada na tarde desta terça-feira, 14, no Transamérica Expo Center, em São Paulo-SP. A Intermodal é maior e mais importante evento para os setores de logística, transporte e comércio internacional das Américas.
Na cerimônia, Joris Van Wijk , diretor da UBM Brazil, organizadora da feira, recebeu o secretário de Transportes do Estado de São Paulo, Mauro Arce, a secretária de Transportes de Portugal, Ana Paula Vitorino e o diretor do Departamento de Infraestrutura da Fiesp, Pedro Francisco Moreira, além de empresários e autoridades.
Arce destacou em seu discurso que o estado de São Paulo vive um novo ciclo de desenvolvimento, visando ampliar a utilização dos modais.
“Nosso desafio é desconcentrar a malha rodoviária e dar destaque às ferrovias que ainda são pouco utilizadas no Estado”, ressaltou.
O secretário de Transportes destacou também a importância do Porto de Santos, o maior da América Latina e a vocação do Porto de São Sebastião às atividades de apoio off shore, principalmente para escoar o etanol e atender demandas da exploração da Bacia de Santos.Ambos os portos são expositores da feira.
Segundo a secretária de Transportes de Portugal, Ana Paula Vitorino, o País está transformando crise em oportunidade. “Portugal tem portos modernos e competitivos, dotados de uma eficiência não encontrada em outros países. A Intermodal é um encontro, um espaço para troca de experiências e até mesmo para avaliarmos possibilidades de investimento, assim como buscamos investidores para Portugal”, destacou Ana Paula.
Já o diretor do Departamento de Infraestrutura da Fiesp, Pedro Francisco Moreira lembrou que o País passa por um momento de preocupação, mas sem deixar de lado o otimismo.”A função do setor logístico, neste momento, é pensar com tática e agir com inteligência, fazendo o máximo mesmo que com menos recursos disponíveis”.
Estudo – Para inaugurar uma semana totalmente dedicada ao comércio internacional, foi apresentado na noite de ontem, 13, no auditório Itaú-FGV, em São Paulo-SP, os resultados da pesquisa “Exportações:
Superação das Barreiras e o Impacto no Desempenho”, que investigou como os exportadores brasileiros reagem frente às barreiras que afetam sua competitividade e como essas práticas interferem no seu desempenho.
O evento, realizado pela UBM Brazil, em parceria com o Centro de Excelência em Logística e Supply Chain – Gvcelog, da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas, contou com a presença dos anfitriões, Joris Van Wijk, diretor da UBM Brazil, do professor da FGV-EAESP e coordenador do Gvcelog, Manoel Reis e dos professores responsáveis pelo desenvolvimento e aplicação da pesquisa, Alexandre Pignanelli e Juliana Bonomi.
O diretor do Departamento de Planejamento e Desenvolvimento do Comércio Exterior, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior – MDIC, Fábio Martins Faria e o diretor Executivo da Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários – ANTF, Rodrigo Vilaça também estiveram presentes no evento e apresentaram números e dados que vieram de encontro aos resultados da pesquisa.
Segundo o estudo do GVcelog, os gargalos na infraestrutura e a burocracia são os principais entraves às exportações e os mais difíceis de se ultrapassar sem investimentos e ações do Governo, seguidos dos problemas logísticos e legislação. O estudo mostrou 56% das empresas exportadoras não tomam nenhuma ação para vencer ou mininizar as barreiras criadas pela falta de infraestrutura. O resultado também apontou deficiências no serviço prestado por operadores logísticos.
De acordo com o diretor da UBM Brazil, Joris Van Wijk, a pesquisa do GVcelog vem de encontro às necessidades dos empresários que participam da INTERMODAL. “Nós sabemos que nossos expositores estão buscando informações sobre como melhorar o desempenho das exportações de suas empresas e achar caminhos para levar os produtos de uma forma mais barata e eficiente a outros países. E esse é objetivo da Feira, trazer soluções para os profissionais das áreas de logística e transporte que atendam aos quatro modais”.
Para a professora da Universidade Mackenzie e pesquisadora do GVcelog, Juliana Bonomi, o evento apontou o que é necessário ser feito por cada uma das pontas do comex. “Nós conseguimos trazer as duas esferas de atuação, governo e empresas. Em âmbito governamental, sabemos que precisam ser tomadas ações para melhorar a competitividade do Brasil em relação a outros países. No entanto, a pesquisa traz um ponto importante, a melhoria interna das empresas, para torná-las mais competitivas, pois no mercado interno elas concorrem entre si”, destaca.
Segundo Alexandre Pignanelli, professor da FGV-EAESP e pesquisador do GVcelog, “ficou claro com a pesquisa que o governo tem grande parcela de responsabilidade, mas as empresas também têm o seu papel a cumprir”.
“Trabalhos de pesquisa são muito importantes, nos levam a fazer reflexões, estudar novos caminhos e políticas que podem ser traçadas”, destacou o diretor do Depla-MDIC, Fábio Martins Faria.
“Esta pesquisa vai ser usada como um fator de agregação aos diversos outros documentos que fazem interface com o usuário do modal ferroviário. É mais uma demonstração de onde o governo – responsável pela burocratização – deve reduzir barreiras que incomodam ao nosso usuário e atrapalha o crescimento do sistema”, defendeu o diretor Executivo da ANTF, Rodrigo Vilaça.
Intermodal – A 15ª edição da Intermodal segue até 16 de abril e conta com mais de 450 expositores nacionais e internacionais, 12% a mais que o ano anterior, sendo que a participação internacional cresceu em 20%. Mais de 45 mil profissionais da área, entre visitantes e conferencistas são esperados.
Na agenda mundial para o setor de logística, transporte e comércio internacional, são apenas três os grandes eventos: um na Europa, outro na Ásia, e a Intermodal, no Brasil.
Diante do novo cenário mundial, mais e mais empresas vêem o grande leque de oportunidades comerciais que só uma feira de negócios pode oferecer. Além de um ponto de encontro estratégico para a geração de negócios e relacionamento, os profissionais de decisão têm no evento um verdadeiro centro de compras, cheio de ofertas e oportunidades imperdíveis. Atualmente, a presença em feiras do porte e relevâncias da Intermodal pode-se dizer obrigatória.
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