O presidente da SuperVia, Amin Murad, afirmou, em entrevista ao Jornal Nacional, que é preciso mudar o treinamento dos agentes da empresa.
“Nós temos que rever nossos sistema de treinamento, já que permitiu que quatro pessoas perdessem totalmente o controle. Essas pessoas não estavam preparadas para esse momento e perderam o controle. Nós temos que analisar profundamente nosso sistema de treinamento e revê-lo, refazê-lo, enfatizando essas imagens. Elas nunca mais sairão do nosso sistema de treinamento – como não proceder, como estar contra o código de ética da companhia, para que isso nunca mais se repita”, disse.
De acordo com a SuperVia, quatro agentes que teriam participado da agressão foram demitidos. A empresa informou também que os funcionários são agentes de apoio ao cliente.
Segundo Murad, os agentes estão preparados para orientar os passageiros e não estavam preparados para um momento tão complexo da greve com trens superlotados com muitas portas abertas, e na hora de atuar, perderam o controle. Segundo ele, a ação dos agentes nesta quarta “é absolutamente inaceitável pela empresa. A empresa não concorda com isso, é contra o código de ética. Elas estavam agindo de forma sem controle, perderam o controle ao agir em nome da companhia.”
Ferroviários decidem manter greve
Os ferroviários informaram, na noite de quarta, que vão manter a paralisação no Rio de Janeiro por tempo indeterminado. As informações são do Sindicato dos Ferroviários. Segundo o presidente do sindicato, Walmir de Lemos, a decisão foi anunciada em assembleia realizada em Deodoro, na Zona Oeste.
O sindicato informou que quer a readmissão dos 11 funcionários dispensados nos últimos quatro meses. Mais cedo, Walmir de Lemos se reuniu com o secretário estadual de Transportes, Júlio Lopes, e com diretores da SuperVia, empresa que administra a linha férrea.
Logo após uma rodada de negociações com o Sindicato dos Ferroviários, intermediada pelo presidente da Comissão de Transportes da Assembleia Legislativa do Rio, deputado Marcelo Simão (PHS), a SuperVia comprometeu-se a readmitir sete dos 11 funcionários, além de pagar 12 meses de salário e plano de saúde para mais um destes funcionários.
A Agência Reguladora de Serviços Públicos Concedidos de Transportes Aquaviários, Ferroviários e Metroviários e de Rodovias do Estado do Rio de Janeiro (Agetransp) reforçou sua fiscalização nas estações e os técnicos da câmara de transporte vêm recebendo relatórios diários sobre a circulação dos trens e o atendimento aos usuários.
A agência informou que por causa das agressões flagradas nesta quarta determinou à SuperVia que reveja o modelo de segurança da área de treinamento, especialmente em relação aos agentes que lidam diretamente com o público. A agência informou que já abriu processo regulatório específico sobre o assunto, que deverá ser julgado em sessão regulatória, em data a ser definida.
A circulação de trens foi interrompida, excepcionalmente, às 21h de quarta-feira. Segundo a SuperVia, a paralisação aconteceu por falta de maquinistas. Normalmente, a interrupção dos serviços ocorre às 22h30.
Nesta madrugada, muitos passageiros que pegam o trem nas estações dos ramais de Saracuruna e Belford Roxo tiveram que optar pelo ônibus na hora de sair de casa. Muitos reclamaram da falta de avisos por parte da SuperVia.
PM pede atenção especial na atuação em estações de trem
A Polícia Militar informou na noite de quarta em seu site que determinou aos batalhões que dêem uma atenção especial às estações de trem em suas áreas de atuação.
A intenção, segundo a PM, é preservar o patrimônio e a integridade física dos usuários, além de evitar tumultos, como o que aconteceu em Madureira.
A Agetransp havia solicitado ao comandante geral da Polícia Militar, coronel Gilson Pitta, que montasse um esquema de policiamento especial em todas as estações ferroviárias da SuperVia, a concessionária de trens.
No quarto dia de greve dos maquinistas, circulação em dois ramais foi cancelada
A circulação de trens foi cancelada nos ramais de Saracuruna e Belford Roxo na manhã desta quinta (16), quarto dia de greve dos maquinistas.
Por razões de segurança, nesse momento, a Empresa decidiu suspender a circulação de trens nos ramais Belford Roxo e Saracuruna e está concentrando todos os esforços nos ramais Deodoro, Santa Cruz e Japeri, diz a nota da SuperVia divulgada nesta manhã.
Não há registro de tumulto nas estações. No entanto, passageiros reclamam nesta manhã de atrasos e superlotação. Muitos denunciaram que as composições estão saindo com as portas abertas.
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