Viajantes observadores podem notar que, em algumas ferrovias, os tradicionais dormentes de madeira estão sendo substituídos por outros feitos em concreto reforçado. Dormentes de concreto podem ser mais fortes e duráveis do que os de madeira, mas são mais ambientalmente corretos?
A produção do concreto, particularmente a manufatura do cimento usado no mesmo, resulta em emissões significativas do gás do efeito estufa, o dióxido de carbono. Mas também há emissões de CO2 relacionadas à produção e ao uso de dormentes de madeira.
Um estudo australiano no periódico Environmental Science and Technology descobriu que, num intervalo de 100 anos, o custo em dióxido de carbono do dormente de concreto é menor do que o de madeira.
Robert H. Crawford, da Universidade de Melbourne, calculou as emissões de CO2 da produção dos dois tipos de dormente (incluindo, por exemplo, emissões da mineração de matérias-primas para o concreto e da queima ou deterioração da madeira), seu transporte e sua instalação. Ele também levou em conta a decomposição dos dormentes de madeira que eram substituídos no ciclo de 100 anos.
Ele desenvolveu oito situações que diferiam na vida projetada dos dormentes (20 ou 30 anos para madeira; 30 ou 50 anos para concreto) e, para os dormentes de madeira, se o prego de aço que mantinha os trilhos era reutilizado quando os dormentes eram substituídos.
Embora reconhecendo que os resultados possam variar dependendo de fatores como localização da serraria e da fábrica de concreto e o reuso de dormentes antigos para outros propósitos, o estudo concluiu que, no ciclo de 100 anos, as emissões de CO2 associadas aos dormentes de concreto eram de duas a seis vezes menores que as dos de madeira.
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