Representantes de entidades que estão na luta a favor do Expresso Leste comemoraram ontem os resultados preliminares de uma pesquisa encomendada pela Prefeitura de Mogi que apontam a ampla preferência dos usuários mogianos pelo modelo de transporte ferroviário e descartam a proposta do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT). Eles, porém, ainda não dão a guerra como terminada. Falta a confirmação oficial do Governo do Estado pelo Expresso Leste – que pode sair ainda nesta semana (leia mais nesta página) – e o consequente cronograma de investimentos.
“A pesquisa revela que a população busca melhorias no transporte e aponta que a versão romântica do VLT não resiste à dureza da realidade, que exige um meio de transporte barato, rápido e confortável. Na minha opinião, é desnecessária a consulta pública até porque tudo indica se tratar de uma pesquisa idônea, apurada com imparcialidade e que mostra que o desejo da população se coaduna com aspectos técnicos a favor do Expresso Leste”, avaliou o advogado Marco Antonio Pinto Soares Junior, secretário geral da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
Líder da Associação do Jardim São Pedro e Região e um dos principais defensores da vinda do Expresso Leste, Adalberto Santana de Andrade observou que os resultados da pesquisa não causam surpresa, já que é clara a preferência dos usuários pelo sistema que hoje atende ao trecho Guaianazes-Luz. Agora, ele espera o pronunciamento oficial do prefeito Marco Aurélio Bertaiolli (DEM) a favor do Expresso Leste e o ingresso dele na luta pelo investimento.
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“É afinar os discursos e promover uma luta unificada, como a que existe na Linha Esmeralda, na zona sul, onde políticos e sociedade civil trabalham juntos na busca de benefícios. Enquanto nós aqui ostentamos o selo de primeiro trem reformado, lá eles têm o de primeiro trem novo. Precisamos inverter isso e o que considero o grande desafio é justamente agregar forças para conduzir a cobrança junto ao Estado pelo Expresso Leste e organizar o acompanhamento do cronograma de investimentos”, ressaltou Andrade, ao apontar que a pesquisa encomendada pela Prefeitura é reflexo das articulações feitas pela sociedade e, também, do deputado federal Valdemar Costa Neto (PR) que, na semana passada, entrou oficialmente na luta pelo Expresso.
“Recebi logo cedo um telefone do deputado Costa Neto, que conversou com o prefeito e informou que a opção da Cidade será pelo Expresso Leste. Temos que soltar rojão porque essa é uma vitória do povo”, acrescentou o presidente da Associação dos Amigos do Bairro do Mogilar, José Arraes, que na semana passada esteve com o deputado federal justamente para pedir ajuda dele na briga pelo modelo de transporte. “Agora é fazer a pressão para conseguirmos o cronograma de chegada do Expresso Leste e que fique claro que ganhamos uma batalha, mas ainda não vencemos a luta, então, temos que nos manter unidos e atentos”, completou.
Para o conselheiro do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) e integrante da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Nabil Aparecido de Moraes, a pesquisa mostra o retrato do que as pessoas, em especial os usuários de trem, pensam: que o VLT é uma invenção e que o Expresso Leste é o grande desejo dos mogianos.
“É preciso fazer algumas considerações. O fato de o prefeito ter sinalizado e mandado fazer essa pesquisa e também conseguir que o Expresso venha para cá em caráter experimental é uma delas. Outra é o deputado federal ter conseguido a emenda orçamentária de R$ 43 milhões para a construção dos viadutos, que vai amenizar o problema das passagens de nível. Este é outro ponto relevante, assim como a fundamental participação da sociedade”, analisou. “É uma vitória e vamos esperar o governador José Serra cumprir o que prometeu quando esteve em Mogi, ou seja, que a vontade da população irá prevalecer”, acrescentou ao defender que o investimento venha agregado de outras iniciativas implantadas com sucesso em outros estados, como os vagões exclusivos para as mulheres.
O vereador Jolindo Rennó (PSDB), da Comissão de Transportes e Segurança da Câmara Municipal, disse que a pesquisa que o prefeito entregará ao governador mostra que a Cidade está no “caminho certo” e que, com esse questionamento, será dispensável a consulta pública prevista para junho. “Mas essas coisas vão e vem e, por isso, precisamos da decisão oficial”, defendeu Rennó que, no final da tarde, recebeu uma carta do presidente da CPTM, Sérgio Avelleda, respondendo a um questionamento da Comissão feito em 26 de março. No documento, o executivo pontua que os estudos técnicos, contendo os detalhes operacionais e o cronograma para implantação do VLT, estão em fase de contratação e serão apresentados oportunamente.
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