RJ quer implantar bilhete único este ano

Três vezes por semana, a doméstica Geralda Romualdo Viana, de 48 anos, faz uma maratona.


De casa, em Campo Grande, ao trabalho, na Lagoa, leva três horas e gasta R$ 6,85 em dois ônibus e um trem. São R$ 13,70 por dia e R$ 164,40 por mês, o equivalente a 35,3% do salário mínimo nacional. Geralda faz parte dos 19% de usuários do transporte urbano na Região Metropolitana do Rio que, segundo pesquisa realizada em janeiro pelo instituto Insider, sob encomenda da Federação das Empresas de Transportes do Rio (Fetranspor), fazem um ou mais transbordos diários.


São viagens que poderão ficar mais baratas com o bilhete único que o governador Sérgio Cabral e o prefeito Eduardo Paes pretendem implantar até o fim deste ano. Mas, para que o novo sistema dê certo, o Rio como Vamos (RCV) alerta que a rede de transportes deverá passar por uma revolução, visando a uma reordenação e otimização.


— As palavras-chaves para que o trânsito melhore e o bilhete único funcione são reordenação e otimização. Não basta tarifa única: é preciso racionalizar os transportes para que não disputem passageiros entre si e funcionem de forma integrada e complementar, como já acontece em São Paulo. Isso ajuda a reduzir o número de ônibus nas ruas e minimiza os efeitos dos congestionamentos — avalia a presidente executiva do Rio Como Vamos, Rosiska Darcy de Oliveira.


Prefeito diz que política tarifária não está clara


No início de seu governo, em janeiro de 2007, Cabral anunciou a intenção de implantar o bilhete único na Região Metropolitana e criou a Agência Metropolitana de Transportes Urbanos (AMTU), que reúne os 20 municípios do Grande Rio, para discutir projetos e melhorar o dia a dia do passageiro. Depois de iniciados os estudos — com acompanhamento do Banco Mundial (BIRD), que financia vários projetos do Programa Estadual de Transportes (PET II) — os prazos marcados foram prorrogados. Com o compromisso de Paes de implantar o sistema na capital, segundo a Secretaria estadual de Transportes, optou-se por aguardar e trabalhar de forma integrada com o município, que concentra ou recebe 60% do transporte da Região Metropolitana.


— A competência do estado no sistema de transportes da Região Metropolitana corresponde a apenas 20% dos deslocamentos. Outros 80% são de concessões dos municípios, a maior parte da capital. Nossa previsão é de que os primeiros testes do sistema sejam efetivamente colocados em prática ainda este ano — explicou o secretário estadual de Transportes, Júlio Lopes.


Segundo Paes, os estudos para a implantação do sistema estão avançados, mas ainda não dá para estabelecer as tarifas e o modelo que serão adotados no Rio. O prefeito disse que já recebeu propostas do Sindicato das Empresas de Ônibus do município (Rio Ônibus), que reúne as operadoras das linhas municipais, e afirmou ainda acreditar que, com muita negociação e democracia, em breve, haverá um modelo ideal para usuários e empresas.


— O problema é que não existe uma política tarifária clara no Rio. Trabalhamos intensamente no projeto do bilhete único e minha intenção é colocá-lo em prática até o fim do ano — afirmou o prefeito, apontando como outra prioridade na área de transportes a construção do chamado T5, um corredor exclusivo de ônibus, com 24 quilômetros de extensão, que ligará a Penha à Barra da Tijuca, com ônibus articulados e terminais de integração com linhas locais que, estima-se, vá atender 380 mil passageiros por dia.


Na avaliação do Rio Como Vamos, o prefeito e o governador demonstram vontade política de transformar o bilhete único em realidade. Mas é necessário, por exemplo, nesta fase de planejamento, a atualização dos dados do Plano Diretor dos Transportes Urbanos (PDTU), que foi elaborado em 2003 e é usado até hoje como base dos projetos de transportes para a Região Metropolitana.


E com a candidatura do Rio a sede das Olimpíadas de 2016, uma política convincente para a área de transportes pode ser definitiva para a eleição da cidade.


Em São Paulo, o bilhete único foi implantado em 2004 nos ônibus e estendido, dois anos depois, para o trem metropolitano.


Lá, por R$ 2,30, descontados de um cartão eletrônico semelhante ao RioCard, o passageiro pode embarcar em até quatro ônibus, num período de três horas, fazendo baldeações em terminais de integração. Se for usar, além dos ônibus, um trem do metrô, o bilhete único passa a valer R$ 3,65. Já o custo para a integração com o trem fica em R$ 3,75.


O sistema é aprovado pela população. A política tarifária aplicada em São Paulo, no entanto, ao contrário do que pretendem a prefeitura e o governo do Estado do Rio, prevê o subsídio do sistema de transportes pela prefeitura. Sem este subsídio, a solução para a implantação no Rio estaria num modelo de autocusteio em que, em vez de isenção, a partir do segundo embarque, o passageiro teria descontos no valor da tarifa.


Atentos ao tema, o Metrô Rio, a Fetranspor e a SuperVia se mostram favoráveis ao bilhete único, mas cobram uma política tarifária clara, a forma de remuneração das concessionárias e a execução de projetos de otimização dos transportes.


Procurada pelo Rio Como Vamos, a Barcas S.A. não quis se manifestar.

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Fonte: O Globo

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