Cerca de 2.500 pessoas utilizam, todos os dias, o trem que vai de Saracuruna a Guapimirim, passando por Magé. Elas viajam em vagões fabricados nas décadas de 70 e 80. Apitos a cada estação, cheiro de óleo diesel e paisagens verdes completam o clima bucólico.
Apesar da atmosfera de serenidade, ao serem questionados sobre as condições da linha, os passageiros têm reclamações.
Eles se queixam da má conservação dos vagões, do longo intervalo entre as viagens — são apenas três em cada direção por dia — e da falta de avisos quando há mudanças de horários. A passagem custa R$ 0,60, enquanto viajar de ônibus no mesmo trecho, pode chegar a R$ 7,50.
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— Só pego por causa do preço. Os horários são péssimos, esses vagões são imundos, nem têm portas — diz a dona de casa Dalva dos Santos.
A empregada doméstica Dulcinéia Rocha, que viajava acompanhada da filha Ingrid, de 4 anos, reclamou de falhas de comunicação:
— Hoje (dia 22), por exemplo, só avisaram que o trem não iria até Guapimirim, por causa de obras, quando já estava no vagão. Não tenho dinheiro e não sei o que vou fazer em Magé.
A linha é a única do estado que não foi privatizada e é operada pela Companhia Estadual de Engenharia de Transporte e Logística (Central). O diretor de engenharia da empresa, Fábio Tepedino, admite que durante duas décadas o trecho esteve abandonado, mas lembra que R$ 8 milhões estão sendo investidos atualmente, em fixação de trilhos, recuperação de pontes férreas e capina. As obras começaram em agosto do ano passado e devem terminar no fim de junho, acrescenta ele.
— A linha esteve um pouco esquecida, os trens estão muito ruins, e a Secretaria de Transportes está muito empenhada em conseguir vagões melhores. Quando a reforma terminar, colocaremos mais dois horários — promete Tepedino, afirmando que a Central estuda melhorias no sistema de comunicação para prevenir passageiros sobre atrasos e outros problemas.
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