Kassab limita circulação de ônibus fretados

Sob a justificativa de melhorar a fluidez do trânsito em São Paulo, o prefeito Gilberto Kassab (DEM) anunciou ontem que restringirá a circulação de ônibus fretados das 5h às 21h, a partir de 27 de julho, em boa parte do centro expandido -inclusive avenidas Paulista, Luiz Carlos Berrini e Faria Lima.


O plano de Kassab é que os passageiros dos fretados desembarquem em 13 pontos de baldeação no entorno da área de restrição e sigam viagem de metrô, trem ou ônibus.


A medida é polêmica. Três especialistas em trânsito consultados pela Folha consideram que o efeito pode ser o inverso: com a restrição, muitos passageiros dos fretados podem optar por sair de carro.


Os ônibus fretados são responsáveis por 2% dos deslocamentos na região metropolitana (quatro vezes a demanda dos táxis, por exemplo).


Segundo a prefeitura, 48 mil pessoas circulam hoje pela área de restrição em fretados, vindos do litoral, de cidades vizinhas e bairros mais distantes.


Um dos problemas é que o sistema de transporte já é considerado saturado. Kassab diz que o sistema tem como absorver a nova demanda. “É mais do que possível.” Sete novas linhas expressas ou semiexpressas serão criadas a partir dos pontos de baldeação para regiões como Faria Lima e Berrini -nos horários de pico. Serão 63 ônibus, deslocados de outras linhas.


Marcos Bicalho, superintendente da ANTP (Associação Nacional de Transportes Públicos), discorda da prefeitura. “Vai ter mais gente saindo do fretado para os carros do que para os ônibus comuns.”


A multa para o fretado que descumprir a restrição é de R$ 3.400. Além dos agentes de trânsito, haverá radares para a fiscalização.


Veículos escolares, de turismo, de transporte para feiras e exposições e eventos religiosos estão liberados. Falta definir o cadastramento.


O publicitário Timothy Costa, de Alphaville, diz preferir o ar-condicionado e a mordomia de um fretado (que oferece jornais e revistas pela manhã e pontualidade ao fim do dia.) “No ônibus e no metrô não tem espaço para ler e, no fim do expediente, tudo o que eu quero é voltar para casa rápido”, disse.


Janete D’Oliveira, assistente de recursos humanos, disse estar preocupada . “Empresas inteiras vão ter que rever a política de transportes de seus funcionários. E, no fim, teremos mais carros na rua e gastaremos mais”, reclamou.


Passageiro gastará até 46% a mais 


O Estado de S. Paulo


As novas regras para os fretados na capital paulista podem aumentar em até 46% o custo da viagem para os passageiros, caso tenham de fazer baldeação para chegar à região central de São Paulo. Segundo empresas do setor, o custo médio mensal do fretamento é de R$ 240 por pessoa, para quem sai da capital ou da Grande São Paulo. Com o metrô ou trem, o valor chegará a R$ 352 (se mantida a tarifa original do fretado).


O gasto extra será de R$ 112 mensais, quando se consideram 44 viagens ao preço de R$ 2,55 cada uma (ida e volta, 22 dias úteis por mês). Se a opção for pelo ônibus comum, cuja tarifa é R$ 2,30, o acréscimo seria de R$ 102 mensais. Não se cogita, por enquanto, redução no valor cobrado pelos fretados, ainda que eles venham a percorrer menor distância.


Proporcionalmente, o impacto será menor para quem vem de fora da Região Metropolitana de São Paulo e já paga mais pelo transporte. A média mensal para quem sai do litoral ou do interior é de R$ 400. Com a baldeação, passaria para R$ 512, de metrô ou trem, uma alta de 28%. Ou para R$ 502 de ônibus.


Ônibus por carro – Segundo a especialista em transporte Silvana Maria Zioni, a restrição pode levar os passageiros a trocar o ônibus pelo automóvel. “O custo mais alto deve pesar a favor do carro. É a maior vantagem dos fretados em relação a esse transporte”, diz. “O aumento do tempo de viagem e a redução do conforto também podem favorecer o automóvel.”


Para a urbanista, o transporte coletivo deve ser escolhido por aqueles que não têm carro ou condições de arcar com o custo. Atualmente, 47% das viagens são pagas pelo empregador, segundo a última pesquisa Origem e Destino do Metrô. A maioria dos passageiros (88%) usa o transporte para ir ao trabalho.

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Fonte: Folha de SP

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