Uma linha de trem turística sai da Estação da Luz e vai até Mogi das Cruzes. É para ir e voltar num dia só.
Na Estação da Luz, os vagões com pintura metálica se destacam. Fabricados na década de 60, foram restaurados e voltam agora a ser usados no transporte de passageiros. A locomotiva movida a diesel já foi um ícone de modernidade.
A linha férrea era usada no transporte de café e serviu para encurtar a distância entre São Paulo e o Rio de Janeiro.
São Paulo ficou conectada pela primeira vez à corte, capital do Império do Brasil, pelo trem; que era a tecnologia mais moderna que tinha. Substituíram as longas viagens feitas por cavalos e depois por navios”, fala Ayrton Camargo Silva, coordenador técnico de turismo da CPTM.
No mês de férias a viagem pode ser feita todos os domingos. Nosso destino é a cidade de Mogi das Cruzes, no cinturão verde do estado. Quarenta e oito quilômetros separam a capital paulista do maior produtor nacional de caqui e de orquídeas.
A passagem custa R$ 28 por pessoa. Há desconto para grupos com até quatro pessoas e crianças com menos de três anos, acompanhadas dos pais não pagam.
No expresso turístico a velocidade é constante, de 45 km/h. Bem menor do que de um trem metropolitano, daqueles que são usados no dia a dia, para ir ao trabalho, à escola. E isso é de propósito, para que os passageiros tenham tempo de aproveitar a viagem.
O advogado Maurício Graciano, advogado, se recorda de quando tinha a idade da filha e viajava com os pais. “Várias vezes a gente ia de trem até São José do Rio Preto e a gente passava pelo carro-restaurante e ficava um tempão lá, fazia uma refeição e depois a gente voltava para o vagão”.
Enquanto não conseguiu convencer a mãe a fazer o passeio, Cláudio Maurício Dias de Jesus não deu sossego. O menino de 6 anos é fascinado por estas máquinas. ”Só porque eu gosto de trem ela conseguiu fazer esse passeio … como eu”, fala.
Em Mogi das Cruzes os visitantes são recebidos com música e podem escolher entre três roteiros turísticos pagos a parte. O passeio pelo orquidário oriental custa R$ 42 por pessoa.
O roteiro ecológico sai por R$ 66 e o cultural, pelos principais pontos do centro histórico, custa R$ 10. Também é possível fazer a visita sozinha, de graça, acompanhando as placas indicativas.
Uma caminhada pela região central revela outra característica da cidade. No local, as calçadas e as ruas são estreitas. Isso porque Mogi das Cruzes se desenvolveu, mas o traçado original das ruas, do século 17, foi mantido.
Quando a fome apertar, a cidade oferece muitas opções. Comida chinesa à la carte com pratos a partir de R$ 10 reais, cardápio variado por quilo ou por pessoa. Um prato comercial sai por R$ 8. Também dá para comer um yakissoba na praça por R$ 12. Ou experimentar um petisco típico por R$ 2. O tortinho é frito, tem massa de farinha de milho e recheio de carne moída. A parada para o lanche ainda dá direito a shows de música ao vivo, de graça.
Na feirinha, também há muitas opções de presentes. E na terra das orquídeas, R$ 20 compram uma Catléya florida.
Em Mogi das Cruzes, é obrigatório conhecer o Largo do Carmo. Na Igreja da Primeira Ordem, em estilo barroco paulistano, o jogo de claro e escuro está entalhado na madeira. O altar tem acabamento em ouro. A Igreja da Terceira Ordem, erguida por devotos, conserva a pintura no teto e as imagens de santos tem olhos de vidro e cabelos humanos.
O Parque Centenário foi construído em homenagem aos 100 anos da imigração japonesa. A réplica do navio Kassato Maru que trouxe os primeiros imigrantes e as pontes flutuantes merecem uns minutos de admiração.
O preço da passagem já inclui a viagem de volta. O trem sai de Mogi das Cruzes às 16h30 e chega à Estação da Luz por volta das 18h.
Além da viagem até Mogi das Cruzes, existe um outro trajeto até Jundiaí, mas para essa opção só existe vaga a partir de outubro.
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