Dia chuvoso em São Paulo, enormes congestionamentos, ônibus entulham as ruas e até quem tenta apelar para o Metrô, também superlotado, não escapa da sensação de que a cidade parece estar parada.
É que não é somente sensação: até o Metrô fica mais lento nos dias de chuva e garoa, para dar mais segurança nas frenagens -as linhas tem trechos de superfície. Por isso, perde quase um terço da capacidade de passageiros transportados a cada hora, porque os trens são obrigados a reduzir em 29% a velocidade em que trafegam.
Agora, para tentar até mesmo zerar essas perdas, o Metrô está contratando estudos para avaliar até que velocidade os trens podem chegar sem ameaçar a segurança do sistema. Isso porque a umidade deixa os trilhos e rodas escorregadios e obriga o condutor a diminuir a velocidade. O resultado é superlotação de vagões.
Os testes começam em outubro e novembro. Em dois anos, prevê o Metrô, todas as linhas estarão mais rápidas sob chuva.
Hoje, cada trajeto do metrô tem velocidade média diferente em dias secos: a linha 1 percorre os trilhos a 33 km/h; a linha 3, a mais rápida, chega a até 42 km/h -em dias de chuva, a velocidade média é de 23 km/h e 30 km/h, respectivamente.
Esse problema acontece por dois motivos. O primeiro deles é que as frotas das linhas 1-azul e 3-vermelha são equipadas com tecnologia analógica, dos anos 1960, já defasada.
Nesses trens, é o próprio operador que decide quando tem que frear, ao observar que os trilhos estão úmidos. Ele informa então ao centro de controle, que, via rádio, avisa os demais trens da linha a fazer o mesmo.
A segunda causa é que, embora os trens das linhas 2-verde e 5-lilás já tenham computadores para leitura das condições de operação, o Metrô jamais fez estudos para avaliar qual é a velocidade máxima em que podem trafegar com segurança.
Por isso, mesmo sendo mais modernos e com sistemas aptos a andar mais rápido em qualquer situação de clima, o Metrô ainda mantêm esses trens operando da mesma forma que os dotados da tecnologia ultrapassada.
Reforma
Essa mudança nos parâmetros só está sendo possível porque os trens das linhas 1 e 3, mais antigos, serão modernizados, através de contrato firmado no início do ano, e ficarão semelhantes aos novos. Os primeiros trens reformados começam a circular em janeiro.
Segundo o Metrô, com a definição do novo limite de segurança, será possível manter, sob chuva, uma velocidade mais próxima àquela em condições de via seca, com a expectativa de não haver necessidade de redução no desempenho dos trens em trilhos molhados.
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