Metrô tem até 23% mais procura após restrição

Os usuários da Linha Verde do Metrô foram os que mais sentiram os reflexos da restrição aos fretados. Na segunda-feira, as Estações Imigrantes e Sumaré tiveram acréscimo de 15% e 23% nos passageiros, respectivamente, em comparação com o mesmo dia da semana anterior. Nas outras estações perto de paradas, o aumento variou de 2,5% a 4,3%. Antes o trem vinha vazio, agora já chega lotado à Estação Paraíso, diz o assistente de recursos humanos Mauro Apolinário. Anteontem, ele atrasou-se 15 minutos para chegar à Avenida Paulista. Hoje, ele pretende sair de casa às 6h40, 35 minutos antes do habitual.


Nos ônibus – E com as novas regras de restrições aos ônibus fretados muita gente está chegando mais tarde ao trabalho ou ao colégio, como a secretária Simone Rivas Garcia, de 31 anos, e a filha dela, de 11, que moram na Praia Grande, litoral do Estado. Foram dois dias seguidos. Ela estuda em um colégio de freiras bastante rigoroso. Se chegar mais uma vez atrasada neste mês, recebe uma advertência, que pode transformar-se em uma suspensão, conta Simone, sobre a filha. O fretado antes deixava as duas perto do destino. Agora Simone para em um ponto na Avenida do Café, próximo da Estação Conceição do Metrô, na zona sul. O trânsito já é complicado por causa do terminal de ônibus. Para estacionar, ele tem de fazer um contorno na Avenida Dr. Hugo Beolchi. Como são muitos fretados e a rua é estreita, o ônibus demora uns 20 minutos, diz.


Sua companheira de fretado, a analista de sistemas Andrea Alves Paiva, de 28 anos, também chegou meia hora mais tarde ao escritório, localizado na Avenida Paulista. Tem fila para comprar o bilhete, para passar na catraca. Não consegui fazer um relatório e meu chefe já me disse para pegar um horário mais cedo do fretado, conta Andrea.


Prefeitura não mapeou rota de fretados


Folha de SP


Apesar dos transtornos nos primeiros dias de restrição aos ônibus fretados, a Prefeitura de São Paulo voltou a negar que a medida não tenha tido um planejamento adequado.


Mas técnicos da CET, da SPTrans (empresa municipal que cuida do transporte coletivo) e da própria Secretaria de Transportes admitiam, em conversas reservadas, que uma das principais falhas foi a falta de um mapeamento para identificar para onde iriam os fretados que foram vetados na região central e seus horários de concentração.


Como cada fretado podia escolher entre os 14 pontos definidos pela prefeitura, a gestão Kassab imaginava que os ônibus vetados se dividiriam entre diversos bolsões – mas houve acúmulo grande em estações como Sumaré e Imigrantes do metrô, provocando superlotação e trânsito no entorno.


A prefeitura previa, por exemplo, que os ônibus que vinham da zona leste iriam desembarcar na estação Brás do metrô (linha vermelha), mas muito motoristas optaram pelas estações da linha verde, para evitar a baldeação, já que a maioria dos passageiros costuma desembarcar na Paulista.


A prefeitura também acreditava que os veículos chegariam no metrô entre as 5h e as 9h -a concentração foi das 7h às 8h.


A Folha apurou que a falta de planejamento foi até motivo de discussão entre integrantes da cúpula do transporte de Kassab e os tradicionais aliados do governo José Serra (PSDB).


Dirigentes ligados ao Estado reclamaram nas últimas semanas que a decisão da prefeitura sobre os fretados foi tomada sem consultá-los ou avisá-los com antecedência -embora fossem diretamente atingidos pela migração de passageiros.


Ontem, a situação foi mais tranquila nas estações de metrô. Para a prefeitura, eventuais falhas no início da vigência do sistema são pontuais e serão corrigidas.


Ruas sem estrutura


Outra falha apontada foi a precariedade dos espaços de embarque e de desembarque criados para os fretados -atingindo ruas residenciais e estreitas, sem estrutura para receber veículos desse porte.


Entre as áreas escolhidas pela prefeitura para embarque e desembarque dos fretados havia ruas estreitas como a Guilherme Barbosa de Mello -travessa da Berrini com só 200 metros de extensão e onde um grupo de cerca de 50 moradores protestou ontem.


Aqui é o penico do mundo, reclamava a aposentada Inês Rodrigues, 52, ao contestar a escolha da via para receber os fretados. O ponto em vigor desde anteontem fica em frente à garagem de um condomínio e na mesma calçada em que funcionam um ponto de táxi, uma parada de ônibus convencionais e vagas de Zona Azul.


Irritados com a dificuldade para entrar e sair da garagem, os moradores se reuniram para obstruir a entrada de fretados.


Devido à rua estreita e de mão dupla, os fretados que passavam por ela anteontem não conseguiam ângulo para fazer a curva e seguir pela marginal. O jeito encontrado por agentes da CET foi parar a circulação de parte da pista local para que os ônibus concluíssem a manobra.


A Folha apurou que técnicos defendiam adiar a restrição. A ideia foi descartada devido à avaliação de que era melhor adotá-la nas férias, quando há menos trânsito.


Protestos interditam ruas em São Paulo


O Globo


Protestos de usuários de ônibus fretados, descontentes com medidas restritivas adotadas pela prefeitura, paralisaram importantes avenidas de São Paulo nos últimos dois dias.


Ontem, a PM precisou intervir em vários pontos da cidade para desobstruir avenidas interditas pelos manifestantes, como a Doutor Arnaldo, na Zona Oeste de São Paulo. A avenida só foi totalmente liberada no início da noite. Segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), cerca de 400 pessoas se aglomeravam por volta das 18h30m nas imediações da Estação Sumaré de Metrô. O grupo é favorável à livre circulação dos veículos de transporte privado particular em São Paulo.


Desde segunda-feira, a prefeitura vem proibindo a livre circulação dos fretados na cidade, obrigando que eles estacionem em bolsões previamente determinados. Com isso, milhares de pessoas que vão para o trabalho com esse tipo de transporte são obrigados a parar longe do local de trabalho e ainda se deslocar por metrô e outras linhas de ônibus regulares. Apesar da prefeitura dizer que isso vai melhorar o trânsito na cidade, já que os fretados paravam em qualquer lugar, sem regulamentação, as pessoas reclamam que as mudanças foram impostas sem uma discussão maior com a comunidade.


Policiais militares foram chamados ontem para acompanhar o movimento de usuários nas proximidades da Estação Berrini, na Zona Sul. A medida foi tomada para evitar uma possível manifestação de usuários de ônibus fretados revoltados com a mudança no transporte. No fim da tarde, horário de saída dos escritórios da região, uma multidão se aglomerou na estação de trem Berrini, um dos pontos onde os ônibus fretados foram autorizados a parar.


Moradores contrários aos novos pontos dos ônibus tentaram impedir que eles parassem para o desembarque de passageiros na Rua Guilherme Barbosa de Melo, em Vila Olímpia, Zona Sul. Foi preciso a intervenção da PM para garantir que a manifestação não se tornasse um tumulto ainda maior. Sem poder parar nas baias delimitadas pela Secretaria Municipal de Transporte, os ônibus tiveram que fazer o desembarque em ruas próximas.


— Nos unimos para tirar os fretados daqui porque estava desordenado. Com tantos ônibus, era impossível sair da garagem do meu condomínio. Virou uma bagunça — explicou Gilson Goes, de 72 anos, que mora há 28 no local. 

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Fonte: O Estado de SP

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