Superlotação, longas filas para a compra de passagens, venda clandestina de bilhetes e plataformas tomadas de passageiros: esse é o panorama diário nas estações São Francisco Xavier e, principalmente, Saens Peña na hora do rush. Enquanto isso, o plano de inauguração do metrô da Rua Uruguai continua parado nas gavetas do governo do estado.
O administrador de empresas Lafayete Abrahão, de 44 anos, enfrenta esses e outros transtornos diariamente para chegar a Copacabana, onde trabalha. Diz já ter sido testemunha de episódios sintomáticos do mau serviço prestado pela concessionária Metrô Rio: — O trem já sai da Saens Peña lotado, sem nenhum lugar disponível. Para na São Francisco Xavier, e a coisa piora bastante. Quando abre as portas no Estácio, aí é que a situação fica terrível, e o vagão vai abarrotado. Por conta disso, eu já vi dois passageiros discutirem e chegarem às vias de fato. O segurança só chegou quando o rapaz estava todo arrebentado.
Terça-feira da semana passada, a equipe do GLOBO-Tijuca flagrou a longa fila que os passageiros enfrentavam para comprar o bilhete na estação Saens Peña, por volta das 19h. Ironicamente, do lado de fora da São Francisco Xavier, cerca de 15 minutos depois, um homem anunciava em alto e bom som a venda de passagens mais baratas do metrô (R$ 2,30, em vez de R$ 2,80).
O Metrô Rio afirma que está investindo mais de R$ 1 bilhão, com objetivo de duplicar a capacidade do sistema, para 1,1 milhão de pessoas por dia. Sobre a venda clandestina de passagens, diz estar apurando com as empresas de ônibus parceiras nas linhas de integração a origem dos bilhetes e tomando providências para coibir a fraude.
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