A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) definiu o Campo de Marte, zona norte de São Paulo, como área da principal estação do trem de alta velocidade (TAV) em São Paulo, embora não exista ligação metroviária com o local. O trem-bala vai ligar Campinas, São Paulo e Rio. Havia uma longa discussão sobre a escolha entre a Barra Funda e o Campo de Marte para abrigar a estação.
Contra o Campo de Marte, segundo relatório da ANTT, pesa o acesso deficiente a partir da Marginal do Tietê, além de haver como única conexão de metrô a Linha 1-Azul, distante mais de 200 metros. A Barra Funda era considerada pelos técnicos como posição mais central, com acesso razoável à Marginal e com conexões às linhas da CPTM e do Metrô. No entanto, o terreno vizinho, onde a estação central poderia ser construída, não é adequado para suportar a estrutura necessária para o trem-bala.
Em ambos os casos, o acesso teria de ser feito por meio de túnel. Entretanto, o caminho da Barra Funda, por ser mais ao sul, teria um desvio de um quilômetro, o que deixaria o projeto ainda mais caro. A empresa britânica Halcrow, consultora técnica do projeto, dispunha de traçados para os dois locais. A ANTT optou pelo Campo de Marte. À estação devem ser integrados a ampliação do centro de convenções do Anhembi, um parque, e uma oficina de manutenção para o TAV.
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O terreno do Campo de Marte pertence ao governo federal. Hoje, 64% da movimentação é de helicópteros, que deverão continuar a operar no local. São 283 operações diárias. Empresas de táxi aéreo e aviões particulares deverão ser deslocadas para os aeródromos de Jundiaí, Sorocaba, Bragança Paulista ou Campo do Amarais, em Campinas, todos do Departamento Aeroviário do Estado de São Paulo (Daesp).
O Metrô informou que estudará uma forma de interligação com a futura estação paulista do TAV. “Caso se confirme a estação na área hoje ocupada pelo Campo de Marte, a integração será com Linha 1-Azul em uma das três estações mais próximas: Tietê, Carandiru ou Santana”, diz nota. Uma possibilidade é fazer a ligação por meio de metrô leve (monotrilho).
Desapropriações – Em todo o traçado está previsto reassentamento de 617 famílias. São reservados R$ 55 milhões para custear as desapropriações. Serão cortados 831,06 hectares de matas – equivalentes a 770 campos de futebol. O projeto TAV é orçado em R$ 34,6 bilhões. O edital deve ser lançado no próximo mês, com conclusão da obra em 2014.
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