Três meses após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ter criticado a decisão da Vale de cortar US$ 5,2 bilhões do seu cronograma de investimentos para 2009, a mineradora decidiu confirmar ao governo paraense a Aços Laminados do Pará (Alpa), complexo siderúrgico em Marabá. O investimento total será de US$ 3,7 bilhões, para uma usina com capacidade de produção de 2,5 milhões de toneladas de aço por ano. O início das obras está previsto para maio do ano que vem e a conclusão, para 2013, relata a governadora do Pará, Ana Júlia de Vasconcelos Carepa (PT).
A governadora informou ontem que a assinatura do memorando de entendimentos para formalizar o investimento da Vale no Pará depende apenas da agenda da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva também deverá comparecer ao evento, que chegou a ser marcado para esta semana, mas foi adiado, sem data fixa. “Eu quero que a ministra Dilma e o presidente Lula, que tiveram uma participação decisiva nessa questão da siderúrgica no Estado do Pará, possam participar. Pelo menos a ministra Dilma, porque ela ajudou muito para que isso acontecesse”, afirma Ana Júlia.
Em maio, durante viagem à Turquia, Lula criticou, em entrevista, o comportamento da Vale no Pará. “O povo do Pará está cansado de ver apenas tirarem dinheiro de seu Estado. Não pagam o que deveriam pagar e ainda vão deixando as crateras”, afirmou, referindo-se à mineradora. A Vale é a única investidora no projeto, diz a governadora paraense, ressaltando que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) já teria sido consultado para financiar o projeto. Do investimento total previsto, US$ 3,3 bilhões serão destinados apenas para a construção da usina. Outros US$ 275 milhões serão investidos num porto e mais US$ 125 milhões serão aplicados num ramal ferroviário.
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