Com o fim da crise, voltam os gargalos

O alívio provocado pela crise internacional na infraestrutura brasileira vai durar pouco. Com a expectativa de retomada forte da economia no ano que vem, antigas deficiências voltarão a assombrar o setor produtivo, como a falta de capacidade das ferrovias, estradas e portos para escoar a safra. Apenas o aumento da produção de soja deve representar acréscimo de 175 mil caminhões bitrens (com duas carretas) nas rodovias, o que pode causar um colapso no sistema logístico.


“A crise amenizou os problemas da infraestrutura e contribuiu para a redução dos investimentos no setor. Perdemos uma grande oportunidade de eliminar alguns gargalos”, avalia o professor da Fundação Dom Cabral, Paulo Resende. Ele lembra que no auge da crise grandes empresas adiaram planos de expansão de terminais portuários, ferrovias, transporte rodoviário e armazéns.


Embora alguns projetos tenham sido retomados, o País perdeu tempo. Na esfera federal, apesar do discurso a favor do aumento dos investimentos em infraestrutura, as obras continuam emperradas. Até agora, apenas metade do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) foi executada. Resultado disso é que o Brasil tem a pior oferta de transportes entre os países do Bric (Brasil, Rússia, Índia e China), segundo levantamento do Instituto de Logística e Supply Chain (Ilos).


Na opinião de especialistas e representantes do setor produtivo, o maior entrave à recuperação da economia será o sistema portuário.


O Programa Nacional de Dragagem, que tem o objetivo de aprofundar os canais de acesso dos portos nacionais, ainda não saiu do papel. Sem a profundidade adequada, os grandes navios são obrigados a obedecer o regime de marés e não podem sair totalmente carregados. Isso representa queda na competitividade do produto brasileiro.


O acesso terrestre aos portos é outro problema grave. Com apenas 29 mil quilômetros de trilhos, as ferrovias não conseguem atender à demanda do País, em especial do agronegócio. A alternativa é usar as rodovias, que respondem por 60% da movimentação doméstica.


Segundo o economista da Associação Brasileira da Indústria de Óleos Vegetais (Abiove), Henrique Paes de Barros, quase toda safra de soja de 2009/2010 será transportada por caminhões. Como a produção terá um acréscimo de 6 milhões de toneladas, serão necessários cerca de 175 mil caminhões para atender à demanda.


Apesar disso, as estradas estão em péssimas condições. Para o presidente da Confederação Nacional do Transporte (CNT), Clésio Andrade, a duplicação das rodovias federais é uma das necessidades mais urgentes do setor. “A capacidade de muitas estradas está no limite. Algumas estão insuportáveis, caso da BR-381, que liga Belo Horizonte a Ipatinga (MG)”, afirma. Ele estima que, para sustentar o crescimento previsto do Produto Interno Bruto (PIB) em 2010, pelo menos 4 mil quilômetros de rodovias precisariam ser duplicados.


Na avaliação do diretor da Confederação Nacional da Agricultura, Luiz Fayet, existe um descompasso entre a alta capacidade de produção e a falta de infraestrutura para escoar a safra. Ele destaca que houve uma mudança geográfica no agronegócio não acompanhada pelos investimentos em estradas, ferrovias e portos. O executivo cita como exemplo dramático de logística o caso do Terminal de Grãos, em São Luís do Maranhão, constante no PAC, que está com o cronograma atrasado em quatro anos.


“Enquanto não se amplia o terminal, os problemas se multiplicam. Na safra de 2007/2008, a demanda para exportar pelo porto era de 5 milhões de toneladas. Mas o terminal só pode atender 2 milhões de toneladas. O restante teve de ser transportado pelos portos do Sul e Sudeste, o que encareceu a logística e reduziu os preços pagos aos produtores.”


Para ele, se a economia voltar a crescer 4% ao ano e os níveis de exportação forem retomados, haverá problema para tirar os produtos do País.

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Fonte: O Estado de São Paulo

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