Em artigo publicado em seu blog, o vereador Chico Macena (PT/SP), questiona a viabilidade da construção de um monotrilho, ao invés de metrô, de Vila Prudente até Cidade Tiradentes, em São Paulo.
O governador Serra e o Prefeito Kassab anunciaram a implantação de 100 km de monotrilho nos próximos cinco anos. A linha Vila Prudente até a Cidade Tiradentes seria uma das primeiras, com previsão de conclusão para 2012.
Nesse novo projeto, serão ao todo 22,3 quilômetros de vias elevadas, com investimentos previstos de 2,3 bilhões. Na parceria com o governo do Estadual, a Prefeitura desembolsará R$ 1 bilhão e o Estado se responsabilizará pelo valor restante. A estimativa do Metrô é que este sistema seja utilizado, diariamente, por 450 mil passageiros. Na verdade são duas as mudanças: primeira o metrô não concluirá nesta fase o trecho até a estação Oratório e segunda o anúncio de uma nova linha, chamada de branca, que ligará Vila Prudente até a Penha.
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Acompanha essas mudanças o anúncio que no lugar do Metrô será construído um VLP (Veículo Leve sobre Pneus) que ligará Vila Prudente até Cidade Tiradentes, substituindo o projeto do corredor de ônibus e enterrando de vez a esperanças da população desses bairros da região leste da cidade de contarem com uma linha do Metrô.
Todos os projetos têm tido a participação de empresas japonesas que têm interesse no negócio.
Em Poços de Caldas (Minas Gerais), onde o VLP foi implantado, a linha nunca funcionou e parte das torres desmoronaram. No Rio de Janeiro, uma empresa de shopping utilizou essa tecnologia no transporte interno, desativou e ninguém sabe exatamente o motivo.
Enquanto isto, Serra e Kassab anunciam investimentos que superam R$ 4 bilhões em túneis e avenidas, priorizando novamente o transporte individual. Estima-se que o Km de um corredor de ônibus moderno custe U$ 20 milhões, do monotrilho U$ 50 e do metrô U$ 100 milhões.
Técnicos, além dos custos levantam como problemas de projetos a serem resolvidos no monotrilho, o fato de impossibilitar de mudança de vias em caso de quebra, em que precise ser ultrapassado por outro e também para retirar passageiros em situação de emergência. Todos afirmam que as soluções técnicas não são tão simples. A opção do governo é pelo mais barato e mais rápido de se fazer, fica a dúvida, é o mais seguro, o mais adequado para grandes demandas, e como fica o impacto ambiental e urbanístico com esse “minhocão mais magro” passando pelo meio da Anhaia Mello e de toda Zona Leste.
Quando os técnicos do Metrô estiveram na Câmara Municipal de São Paulo cobrei deles a necessidade de se refazer o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e o Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV) da nova linha, incluindo o pátio de manobras, por se tratar de outro conceito de obra (elevado) diferente do licenciamento para o corredor de ônibus. Neste item os técnicos do Metrô informaram que pretendiam atualizar apenas o estudo de impacto ambiental que já havia sido realizado, que a partir de tal informação, entrei com requerimento na Secretaria do Verde e Meio Ambiente para que o estudo seja refeito e também com representação no Ministério Público Estadual. Queremos um transporte de massas, mas ficamos preocupados com um projeto que além de não atender tecnicamente nossas necessidades, leve a uma degradação da região.
Moradores e lideranças da região tem protestado pedindo a construção de uma linha de Metrô e prometem acompanharem o projeto sobre a proposta do VLP.
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