Rio 2016 depende de projetos metroferroviários

Não foi fácil, mas ganhar as Olimpíadas foi só o começo. Até 2016 serão sete anos de muito trabalho para preparar a cidade para receber os jogos. Uma das propostas mais ambiciosas da candidatura olímpica é solucionar os problemas estruturais de transportes. Para resolvê-los, são necessários mais de R$ 5 bilhões, dinheiro que nem o estado nem a prefeitura contam. Um dos problemas se refere às obras de linhas do metrô, cujos cronogramas, desde a década de 70, costumam estourar. Essas obras não foram incluídas no projeto olímpico, mas continuam a ser vistas como alternativa para 2016.


Embora não conste do caderno de encargos, o Rio pretende fazer rodízio de carros e três BRTs (Bus Rapid Transit), que são linhas exclusivas para ônibus: Barra-Zona Sul, Barra-Penha e Barra-Deodoro. O governador Sérgio Cabral disse que a solução é boa, mas acenou com a possibilidade de substituir um dos corredores pela construção da Linha 4 do metrô, ligando a Zona Sul à Barra, com recursos do PAC da Mobilidade.


Ronaldo Balassiano, professor do Programa de Engenharia de Transportes da Coppe/UFRJ, alerta que as propostas viárias só sairão do papel e surtirão efeito se estiverem aliadas a um planejamento de longo prazo e se a articulação entre os governos for mantida. Outra condição é que os projetos sejam feitos da maneira como foram concebidos: se as linhas de BRT não forem implantadas em faixas segregadas, como em outras cidades, não terão o efeito desejado como transporte de massa.


O especialista lembra que o Rio já perdeu uma oportunidade de aperfeiçoar seu sistema de transporte de massa no Pan-Americano:


– A cidade ganhou o evento e só depois foi tentar viabilizar planos, mas não tinha recursos. Nada saiu. O Trans-Pan (ligação da Barra da Tijuca aos aeroportos Santos Dumont e Internacional Tom Jobim) sequer tinha um projeto detalhado.


Ele vê com preocupação, por exemplo, a sugestão da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, para a prefeitura rever o traçado do T-5 (linha de ônibus articulados). Em lugar de interligar a Barra à Penha, ele seria estendido até o Aeroporto Tom Jobim.


– A ideia, à primeira vista, parece ótima. Mas, para a cidade, é ruim. Em lugar de se investir no que já se sabe que é uma proposta viável, novos estudos precisariam ser feitos. Há o risco de o tempo passar e nada ser feito – disse o especialista.


As mudanças nos transportes públicos vão além dos investimentos em corredores de ônibus articulados. O governo do estado e a Supervia terão que aplicar cerca de R$ 820 milhões, até 2016, para cumprir as metas estabelecidas para o transporte ferroviário no caderno de encargos entregue ao Comitê Olímpico Internacional (COI). O compromisso é chegar ao ano dos jogos transportando até 110 mil passageiros por hora nos ramais de Deodoro, Santa Cruz, Japeri, Belford Roxo e Saracuruna. Em sete anos, 60 novos trens com quatro carros terão que ser adquiridos e outros 73 precisarão ser reformados. Além disso, a concessionária terá que implantar um novo sistema de controle de tráfego.


O retrospecto do sistema ferroviário, no entanto, não é favorável. Nos últimos 11 anos, a frota da cidade só foi ampliada em 38 trens. Em 1998, quando a Flumitrens foi privatizada na administração de Marcello Alencar, o estado assumiu uma série de compromissos menos ambiciosos. Como contrapartida dos investimentos da concessionária na modernização do sistema, o governo deveria entregar 20 trens novos, 18 reformados e fazer uma série de reformas nas estações até 2000. A frota, no entanto, só começou a ser substituída em 2006, pois os recursos públicos demoraram.


Somente no fim deste ano chegarão os dois últimos carros que foram recuperados.


A viabilização do projeto depende de negociações entre o estado e a concessionária. A Supervia, cuja concessão vence em 2023, propõe a prorrogação do contrato atual por mais 25 anos, até 2048, dentro de um plano de chegar a 1,5 milhão de passageiros por dia até 2023. Em troca, até as Olimpíadas de 2016, investiria R$ 100 milhões na compra de um novo sistema de sinalização, mas ainda teria que negociar linhas de financiamento. O equipamento permitiria reduzir o intervalo entre as viagens de cinco minutos (como é hoje) para três.


O tempo médio para a fabricação de um trem é de dois anos. Segundo estimativas do mercado, o custo médio de uma composição nova está hoje em torno de R$ 12 milhões. Recentemente, o governador Sérgio Cabral assinou um contrato para a compra de 30 novos trens. Com isso, para as Olimpíadas, teria que adquirir pelo menos outros 30.


O secretário-chefe da Casa Civil do estado, Regis Fichtner, diz que o contrato ampliando o prazo de concessão da Supervia sai ainda este mês:


– Nós já fechamos a compra dos trens, que chegarão até 2012. E a Olimpíada vai atrair investimentos federais para projetos.


Ele garante que, com o compromisso das Olimpíadas, também seria possível levar o metrô até a Barra, integrando-o com o corredor T-5.

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Fonte: O Globo

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