Com situação financeira confortável em comparação às demais fabricantes de aço e com ambição de se tornar a quarta maior mineradora de ferro do mundo até 2013, a Cia. Siderúrgica Nacional (CSN), do empresário Benjamim Steinbruch, dá o primeiro passo para se internacionalizar no setor de mineração. Ontem, a empresa informou que adquiriu 14,99% da companhia australiana Riversdale Mining Ltd., uma produtora de carvão mineral com ativos na África do Sul e Moçambique.
De acordo com comunicado feito ao mercado, a CSN adquiriu 28.750.598 ações e pagou 6,10 dólares australianos por papel da Riversdale, que é listada na Bolsa de Valores da Austrália. Isso corresponde a desembolso de 175 milhões de dólares australianos. Agora, a siderúrgica brasileira pleiteia aprovação governamental relativa a investimento estrangeiro para adquirir mais 1,3% (2.482.729 ações), totalizando 16,3% do capital da mineradora.
O negócio representa a entrada da CSN no negócio de carvão, atitude que a Vale também tomou alguns anos atrás e atualmente desenvolve uma grande mina (Moatize) em Moçambique, além de operações na Austrália.
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Segundo a Link Investimentos, se acertar a compra dos 16,3%, a CSN vai desembolsar o equivalente a US$ 175,5 milhões, com um prêmio de 6,6% sobre a cotação de 5,72 dólares australianos do papel. Observa, no entanto, que o valor pago é relativamente baixo para a CSN, que no fim do terceiro trimestre tinha um caixa de quase R$ 9 bilhões e que isso não deve alterar a liquidez da companhia.
O relatório informa que a Riversdale, com investimentos na mineração de carvão metalúrgico e térmico nos dois países, tem um grande projeto de crescimento e possui caixa disponível para crescer ainda mais. Lembra que com a operação, a CSN busca verticalizar suas operações nesse segmento da mineração, o qual proporciona boas margens. “Aparentemente, é um movimento bastante interessante por parte da siderúrgica”.
Atualmente, além de aços planos, a CSN é produtora de minério de ferro, com ativos no Estado de Minas (Casa de Pedra e outras jazidas), começou a fazer cimento, tem mina de estanho, é geradora de energia elétrica e térmica), detém participações em duas ferrovias e opera um terminal portuário. Na siderurgia, opera duas laminadoras no exterior: uma nos EUA e outra em Portugal.
O sonho de Steinbruch é montar uma mineradora de ferro com produção de 90 milhões a 100 milhões de toneladas por ano. Seu próximo passo, até o fim deste ano, é separar o negócio de mineração, podendo vender no mercado uma parte do capital. Há um ano, vendeu 40% da Namisa e embolsou US$ 3,1 bilhões.
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