A Feira Negócios nos Trilhos, que aconteceu entre os dias 10 e 12 de novembro, em São Paulo, terminou em clima de forte otimismo com relação a um crescimento expressivo de negócios a partir das expectativas de investimento de R$ 74 bilhões nos próximos cinco anos. A disputa para a execução do TAV (Trem de Alta Velocidade) que ligará Campinas, São Paulo e Rio de Janeiro e o VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) absorverão os investimentos bilionários.
Gerson Toller, diretor da Feira Negócios nos Trilhos, diz que essas expectativas otimistas fizeram com que a participação de empresas internacionais no evento evoluísse de 26% no ano passado para 35% dos estandes. “A Feira que é a maior do setor na América Latina tende a ser a maior do Continente”, frisou Gerson Toller.
Cristina Kerr, gerente da Feira Negócios nos Trilhos, informou que o evento este ano no Pavilhão Vermelho do Expo Center Norte teve mais de 150 estandes e a participação de mais de 7 mil pessoas entre autoridades, empresário, técnicos e estudantes.
Nos próximos cinco anos (2009 a 2014), o setor ferroviário brasileiro, contando o segmento de carga e passageiros, deverá passar por uma grande transformação. “É estimado um volume de investimento da ordem dos R$ 74 bilhões, ou 270% acima dos valores gastos no período de 2004 a 2008.
Segundo ele, dos R$ 74 bilhões previstos, R$ 25 bilhões vão para o transporte de carga, tendo entre os investimentos para os próximos cinco anos, a conclusão das obras das Ferrovias Norte-Sul até Estrela do Oeste, da Nova Transnordestina, da Estrada de Ferro Litorânea Sul e do primeiro trecho da Oeste-Leste, além da duplicação de Estrada de Ferro Carajás, da reforma da sinalização da Vitória-Minas e da extensão da Ferronorte até Rondonópolis. “Somente a Vale prevê investir uma cifra de R$ 9,3 bilhões no plano de expansão de suas ferrovias, interrompido este ano pela crise econômica mundial. Na medida em que a crise seja vencida, como já está acontecendo, os investimentos serão retomados, devendo chegar ao total não tão cedo quanto se esperava, mas dentro dos próximos cinco anos”, projeta.
Mas de acordo com o diretor da Feira Negócios nos Trilhos, a maior parte dos investimentos consiste em encomendas para atender o segmento de transporte de passageiros. Neles são contemplados os planos de expansão de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília(DF), não afetadas pela crise. Consta também da projeção um terço do investimento para o TAV (Trem de Alta Velocidade) – que ligará as cidades de Campinas, São Paulo e Rio de Janeiro – e que deve absorver um total de recursos da ordem de R$ 34 bilhões.
Antes e depois do TAV
“A Copa do Mundo de Futebol a ser realizada em 2014 está impulsionando os projetos metroferroviários nas capitais que vão abrigar as sub sedes do torneio. O TAV por sua vez vai ter um efeito multiplicador sobre toda a indústria ferroviária nacional, até porque vamos absorver tecnologia. Ele vai ser um divisor de águas e a expressão “antes e depois do TAV” vai contar, no futuro, a história do transporte ferroviário de passageiros”, diz José Antônio Fernandes Martins, presidente do Simefre (Sindicato Interestadual da Indústria de Materiais e Equipamentos Ferroviários e Rodoviários).
No transporte urbano, uma alternativa que vem ganhando a preferência dos governos municipais e estaduais é o VLT (Veículo Leve sobre Trilhos). Com capacidade para 400 pessoas e um custo que representa 1/3 do metrô tradicional, o sistema já está sendo implantado em Brasília e cogitado para várias cidades, como Santos (SP), Recife (PE), Fortaleza e Cariri (CE). São Paulo tem planos consolidados para ter dois VLTs e dois monotrilhos, a serem construídos pela Prefeitura e pelo governo do Estado. Os monotrilhos são o Expresso Tiradentes e o Congonhas-São Judas. Os VLTs serão implantados para atender o trecho Brasilândia-São Joaquim e Cachoeirinha-Lapa.
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