Um contrato de 25 anos fechado entre a empresa de gerenciamento de frota Ferrolease, a Ceagro Agronegócios e a Vale vai incrementar o transporte de grãos na Estrada de Ferro Carajás (EFC) e na Ferrovia Norte-Sul (FNS), entre Porto Franco e São Luiz, no Maranhão. A Ferrolease vai alugar 30 vagões ferroviários para a Ceagro, que tem o compromisso de transportar ao menos 240 mil toneladas de produtos por ano no trecho operado pela Vale. Mas a intenção da empresa de compra e venda de grãos é dobrar o número de vagões já em 2010 e atingir a movimentação de cerca de 1 milhão de toneladas no trecho no prazo de quatro a cinco anos.
O presidente da Ferrolease, Estefano Vaine Júnior, explica que se trata do primeiro contrato feito pela empresa paranaense com prazo tão longo. Serviu como uma sinalização para o mercado de que o receio em relação à crise passou e de que a demanda por transporte mais barato vai ser grande, diz. Segundo ele, as negociações com a Vale, operadora da ferrovia, começaram há seis meses. Os investimentos nos equipamentos que serão alugados para o transporte de soja, milho, farelo e fertilizantes somam R$ 12 milhões. Os vagões serão fabricados pela Amsted Maxion e deverão ficar prontos em abril.
O mais importante nesse contrato é o que ele representa para a Norte-Sul como canal logístico, afirma o gerente comercial da Vale para a área de agricultura, Ney Fontes Filho. De acordo com ele, a região tem potencial para expandir o transporte de grãos por ferrovia que, em 2008, somou 1,5 milhão de toneladas e, em 2009, deve chegar a aproximadamente 1,7 milhão de toneladas. Soma-se o ganho que a ferrovia pode dar com a localização do Porto do Itaqui, que é estratégica, completa o executivo. Segundo Fontes Filho, também trata-se do primeiro contrato de 25 anos feito pela Vale para o transporte de granéis na região.
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A Ceagro, que já tem relacionamento com a Vale para o transporte ferroviário, é uma trading que atua na compra e venda de grãos e insumos no corredor Norte de exportação, nos Estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia. O presidente da empresa, Paulo Alberto Fachin, contou que a meta para 2010 é movimentar entre 360 mil toneladas e 400 mil toneladas de produtos, volume que deverá ser ampliado nos anos seguintes.
Em 2009, o volume total deve chegar a 300 mil toneladas, sendo 180 mil para exportação, e o faturamento esperado é de R$ 320 milhões. Fachin explicou que a Ceagro opera uma rede de 15 armazéns e planeja expandir a atuação para o Mato Grosso. Com a expectativa de aumento nas exportações e de crescimento do mercado, resolvemos propor ao nosso negócio uma estrutura para garantir nosso escoamento, disse.
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