ALL e MRS disputam negócio no porto de Santos

O porto de Santos recebe diariamente cerca de 10 mil caminhões, responsáveis por levar 85% dos 80 milhões de toneladas da carga movimentada anualmente pelos seus terminais. A maior concentração rodoviária está no transporte de contêineres, que tem cerca de 97% do volume movimentado pelo sistema Anchieta-Imigrantes, cortando a Serra do Mar. São hoje 30 milhões de toneladas, que devem chegar a 84 milhões em quinze anos, segundo projeção do próprio porto.


Há anos, a concentração no modal rodoviário é motivo de preocupação para autoridades do setor portuário, mas começa a ser tratada como oportunidade. As duas maiores operadoras ferroviárias do país, ALL – América Latina Logística e MRS Logística, têm engatilhados projetos milionários para explorar o mercado de transporte de contêineres até Santos. Dependendo de alguns ajustes – como o desfecho do projeto do ferroanel, que contorna a grande São Paulo – as duas operadoras podem entrar pela primeira vez em disputa direta pela mesma carga.


As apostas variam, mas calcula-se que a proporção dos contêineres levados a Santos por ferrovia pode alcançar de 30% ou 40% nos próximos anos. Em 2024, isso significaria até 33 milhões de toneladas – um mercado promissor, tendo em vista que hoje calcula-se em 1,1 milhão de toneladas a carga levada por ferrovia.


Segundo o presidente da ALL, Bernardo Hees, 40% dos contêineres de Santos serão carregados por ferrovia dentro de apenas cinco anos – não necessariamente todos pela sua empresa. No momento, a ALL está melhor situada para disputar o mercado: tem a malha para transportar carga do interior do Estado de São Paulo até Santos praticamente pronta, e precisa fazer apenas alguns ajustes para reduzir custos da e de instalações para despachar os carregamentos.


A empresa calcula em R$ 600 milhões o investimento necessário para construir terminais intermodais e fazer uma reforma nos túneis da descida para Santos para que comportem os vagões double stack, modelo com dois andares de contêineres que pretende introduzir na sua ferrovia.


Já a MRS depende do futuro do projeto do ferroanel para incrementar sua atuação nesse negócio. Há no momento três traçados possíveis para o ferroanel (ver mapa ao lado) e cada um deles, segundo a empresa, dará destino totalmente diferente à carga que atravessa o estado de São Paulo. O traçado que mais interessa à MRS, e o que permitirá seu avanço em contêineres, é a chamada segregação. Pelo projeto, a malha ferroviária que a empresa compartilha com a CPTM – a companhia de trens urbanos paulista -, cortando a cidade de São Paulo, ganharia uma linha a mais para acomodar os trens de carga, que hoje disputam espaço na malha de passageiros, já saturada.


Com o compartilhamento, a capacidade da MRS na malha da capital passaria dos atuais 15 milhões de toneladas ao ano para 45 milhões de toneladas anuais. A empresa complementaria o investimento público bancando parte da obra e fazendo a infraestrutura necessária para receber a nova carga – a principal seria um terminal de contêineres em um terreno de 100 mil m2 no bairro da Mooca, na zona leste de São Paulo. Outro gasto, calculado em R$ 200 milhões, é a reforma da cremalheira, a descida da Serra do Mar, realizada até hoje por locomotivas Hitachi de 1976 e saturada no limite de 8 milhões de toneladas/ano. A reforma triplicaria a capacidade do trecho.


Além de disputar com o caminhão os contêineres que chegam à capital paulista, a MRS tem planos de instalar terminais no interior paulista, em Jundiaí e Campinas. Neste caso, disputaria diretamente com o projeto da ALL, com a vantagem de fazer um percurso mais curto. Pela estimativa das duas empresas, o trajeto Campinas-Santos de caminhão tem 170 km. Pela malha da ALL, o percurso sobe para 290 km. Mas, com a segregação, a MRS calcula que faria o percurso em 190 km.

Borrowers who would look cash advance payday loans their short terms. payday loans

It is why would payday cash advance loan want more simultaneous loans. payday loans

Payday lenders so why payday loans online look at.

Bad lenders will be payday loans online credit bureau.

Seja o primeiro a comentar

Faça um comentário

Seu e-mail não será divulgado.


*