O presidente da ALL-América Latina Logística, Bernardo Hees, no cargo desde 2005, deverá deixar o posto até o fim deste ano, conforme apurou o Valor. O atual diretor financeiro, Paulo Luiz de Araújo Basílio, será seu sucessor, após um período de transição que teve início em janeiro. Em dezembro, como parte desse processo, Basílio foi promovido a diretor-superintendente, cargo criado em 2007 e acumulado por Hees.
A mudança no comando da ALL, maior ferrovia da América Latina, com 21 mil km de trilhos no Brasil e Argentina, começou a amadurecer no ano passado. O executivo está há 11 anos na companhia, onde ocupou diversas atribuições – desde a área de operações, passando pela comercial, até a financeira.
Procurada, a assessoria da ALL informou que “o processo de reestruturação de papéis na companhia ainda está em elaboração, devendo ser concluído nos próximos meses”. Acrescentou que “a criação do cargo de diretor superintendente abre espaço para que Bernardo Hees, como presidente, tenha mais tempo para os próximos passos estratégicos da ALL”.
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A ALL foi criada em 1997, a partir da privatização da malha Sul da antiga RFFSA. Focou a atuação no transporte de commodities agrícolas e produtos industrializados e um dos primeiros passos foi integrar às suas operações o modal rodoviário, incorporando uma empresa desse ramo. No processo de expansão, o passo mais ousado foi a aquisição, em 2006, da Brasil Ferrovias, holding que detinhas ferrovias nos Estados de São Paulo, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso. Com isso, teve acesso a principal região produtora de grãos do país e ao seu maior porto, o de Santos.
A operação foi feita com troca de ações, não comprometendo o perfil financeiro da ALL. A empresa abriu o capital na Bovespa em 2004, tornando-o altamente pulverizado – em torno de 60%.
Em 2008, a receita bruta consolidada da ferrovia foi de R$ 2,82 bilhões, com lucro líquido de R$ 177 milhões. No ano passado, em nove meses, a empresa faturou R$ 2,23 bilhões e lucrou R$ 95 milhões.
Nas mudanças feitas por Hees em dezembro, o diretor de relações com investidores, Rodrigo Campos, assumiu o lugar de Basílio na diretoria financeira. Roberto Monteiro, de ativos e planejamento, deixou a companhia.
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