Cidades preteridas pela Copa desistem de VLT

O anúncio das sedes da Copa do Mundo de 2014 foi um balde de água fria em algumas capitais que pretendiam utilizar os recursos federais para resolver problemas de anos de atraso na área de transportes. E o caminho escolhido pelas “rejeitadas” dá uma dimensão da divisão a respeito dos Veículos Leves sobre Trilhos (VLTs). Pelo menos três já desistiram dos projetos e passaram a dar prioridade aos corredores de ônibus, aumentando a discussão sobre qual é o melhor modelo para a realidade do País.


Em média, o custo para adotar os VLTs é o dobro do de corredores de ônibus do tipo BRT (Bus Rapid Transit), usado em Curitiba e Bogotá. Um projeto para trens leves exige pelo menos R$ 37 milhões por quilômetro, enquanto um BRT sai por R$ 18,8 milhões/km.


“Os VLTs que devem evoluir são os que têm carimbo do Ministério das Cidades, por causa da Copa. Isso porque é um investimento alto para uma capacidade de transporte que um corredor de ônibus proporciona”, diz o professor do Departamento de Transportes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe/UFRJ) Ronaldo Balassiano. “O custo de operação é alto, então as tarifas não serão acessíveis ou os governos vão gastar muito em subsídios.”


VANTAGENS


Os defensores de corredores no estilo BRT argumentam que, a um custo de operação menor, conseguem transportar praticamente a mesma quantidade de pessoas dos VLTs. Nos ônibus, são entre 10 mil e 20 mil passageiros por hora e sentido, enquanto o modelo sobre trilhos tem capacidade entre 15 mil e 35 mil. “Só é preciso elaborar bem os projetos. Mesmo um BRT pode dar errado se for feito no tapa, para ficar pronto a tempo da Copa”, completa Balassiano, que ressalta que os corredores precisam ser um “sistema à parte”, não enfrentando cruzamentos e outros tipos de interferência.


O investimento, porém, parece ser o diferencial para a escolha entre os dois modelos. A prefeitura de Campo Grande, por exemplo, ficou de fora da Copa e então desistiu de um projeto de 12 quilômetros de VLT. No lugar, o município vai trabalhar na criação de um sistema com 32 quilômetros de corredores, ao custo de R$ 150 milhões. “Nossa demanda é baixa para a utilização de um VLT e, por isso, vamos trabalhar em um sistema de terminais e corredores”, diz o diretor da Agência Municipal de Transportes da cidade, Rudel Trindade. Essa é a mesma situação (de demanda) de Natal, Cuiabá e Porto Alegre, sendo que esta tinha projeto para metrô.


Para o consultor Peter Alouche, os investimentos não devem ser analisados somente pela quantia inicial. “Os custos podem ser maiores a princípio, mas a longo prazo isso se reverte. Uma frota de ônibus precisa ser trocada a cada cinco anos e um trem dura 40 anos.” Alouche também afirma que o VLT vem acompanhado de uma revitalização urbanística da região. “O fato de ser um projeto mais caro significa que vai haver uma preocupação maior com a área, que será recuperada urbanisticamente. O Transmilênio (elogiado corredor de ônibus de Bogotá) funciona bem como meio de transporte, mas dividiu a cidade em duas.”


Florianópolis é um exemplo de capital que manteve seu projeto, apesar de ter ficado fora da lista da Copa. A Secretaria de Desenvolvimento Regional pretende construir 60 quilômetros de VLT – quase a extensão da atual rede de metrô de São Paulo. O governo estadual quer escapar do alto investimento, estimado em R$ 300 milhões somente para a primeira terça parte do trajeto, utilizando o esquema de Parceria Público Privada (PPP). “Nós vimos o interesse de empresas estrangeiras e, por isso, a construção será viável”, diz o secretário Valter José Gallina.


Até municípios menores planejam trens leves


Arapiraca é um município de Alagoas com 200 mil habitantes, menos de 30 semáforos e cuja única construção com mais de 10 metros de altura é a cruz da igreja matriz. Trânsito, ali, só em dias de jogos importantes do Asa de Arapiraca, célebre time de futebol da cidade, e olhe lá. Já Sobral, no Ceará, nem secretaria de trânsito ou transportes tem. Corredor exclusivo de ônibus não é nem sonhado. Mesmo assim, apesar da aparente tranquilidade, as duas cidades estão esperando a entrega de trens para implementar suas linhas de Veículos Leve sobre Trilhos (VLT), idênticos aos usados em cidades europeias, com um total de 17 km de trilhos urbanos.


Não são só as capitais e sedes da Copa do Mundo de 2014 que planejam metrôs e VLTs. Municípios médios como Caxias do Sul (RS), Maringá (PR), Cariri (CE), Macaé, no Rio, e os paulistas São Bernardo do Campo, Santos e São Caetano do Sul já concluíram seus projetos e esperam ter o modelo até 2016.


O interesse pelos VLTs é visto na sede da empresa Bom Sinal em Barbalha, no Ceará, a única fábrica que desenvolve o modelo no País. “Nosso primeiro pedido foi para Cariri, em 2007, e demoramos dois anos para fazer dois trens com dois carros cada”, diz Fernando Marins, diretor da Bom Sinal. “Agora estamos produzindo mais 86 carros para cinco cidades até 2011, e centenas de prefeitos e secretários nos ligaram demonstrando interesse.” A ideia da empresa é produzir cem unidades por ano – cada carro custa R$ 3 milhões.

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