A região amazônica é recorde em “elefantes brancos”. Além da Rodovia Transamazônica, a construção da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, em Rondônia, custou uma fortuna, causou mortes e desmatamento e não teve nenhuma utilidade real.
Hoje, o cenário da obra monumental ficou restrito a trechos de trilhos escondidos no meio do capim, locomotivas e pontes abandonadas.
A ferrovia foi construída entre 1907 e 1912 para ligar Porto Velho a Guajará-Mirim e fazer o escoamento da borracha produzida na região para o oceano Atlântico pelo Rio Madeira.
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A obra custou o equivalente a R$ 1 bilhão, pois o curso do rio, que seria margeado pela Madeira-Mamoré, é bastante acidentado, com desníveis e cachoeiras. Além disso, cerca de seis mil trabalhadores morreram durante a construção – em decorrência das doenças tropicais, principalmente a malária. Por causa disso, a Madeira-Mamoré ficou conhecida como “Ferrovia do Diabo”.
Outro fator que contribuiu para o fracasso da ferrovia foi o fato de a borracha brasileira começar a ser desvalorizada no mercado externo justamente na época de sua construção.
Nos anos 30, a Madeira-Mamoré foi parcialmente desativada e, em 1972, parou de funcionar totalmente.
Parte das máquinas foi vendida como sucata, e barras de ferro foram jogadas no rio. Anos depois, o que sobrou foi engolido pelo alagamento para a construção de duas hidrelétricas no Rio Madeira.
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