A Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) aprovou a liberação dos primeiros R$ 336 milhões em debêntures para a ferrovia Nova Transnordestina. Essa é a primeira parcela de uma série de 17 pagamentos em valor total previsto em R$ 2,672 bilhões, aprovados na assembleia de acionistas da empresa no dia 26.
Segundo Claudio Frota, diretor da Sudene responsável pela obra, as demais liberações acompanharão o cumprimento do cronograma do empreendimento. O custo total da ferrovia é previsto em R$ 5,42 bilhões. As obras devem se encerrar em 2012, conforme atraso reconhecido no último balanço do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
Segundo explicou Frota, esses recursos aplicados pela Sudene serão destinados a fornecedores da Nova Transnordestina. Para o uso dos recursos, falta apenas a empresa indicar qual seria o fornecedor a receber. A CSN, que lidera o consórcio construtor, subcontratou a Odebrecht para executar parte da obra.
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A liberação pelo Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE), ligado à Sudene, foi autorizada porque a empresa conseguiu comprovar física e financeiramente que já cumpriu mais de 10% das obras no trecho em “Y” entre Trindade, em Pernambuco, Missão Velha, no Ceará, e Suape, em Pernambuco, conectados no município pernambucano de Salgueiro. O trecho, um dos três em que a obra se divide, é o coração da nova ferrovia.
Quando aporta os recursos na Nova Transnordestina, o FDNE adquire debêntures que podem ser convertidas até a parcela de 50% em ações do consórcio. O custo dos recursos, para o grupo, é de TJLP mais 1% ao ano.
Ontem, ocorreu a segunda das reuniões mensais convocadas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva depois de verificar que o cronograma da obra, incluída no PAC, se desenvolvia em velocidade menor do que a desejada pela Casa Civil.
O presidente considerou-se “enganado” pelo consórcio liderado pela CSN. Em dezembro, Lula convocou os empreendedores a prestar contas todo mês sobre o andamento da obra. Apesar disso, o presidente não conseguirá deixar o governo com os portos de Suape e Pecém, no Ceará, conectados.
Depois da reunião para tratar da Nova Transnordestina, o presidente encontrou o governador do Piauí, José Wellington Dias (PT). O Piauí, além de Pernambuco, é um Estado onde o início das obras dependia do andamento das desapropriações de moradores promovidas pelos governos, segundo o último balanço do PAC.
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