Para evitar uma nova paralisação nas obras, desta vez nos serviços de instalações elétricas das linhas e das estações de trens do Metrô de Fortaleza (Metrofor), o governo do Estado está sendo “intimado” pelas empresas Aslton, Siemens e Adtranz a pagar mais R$ 1,22 milhão pelos serviços de montagem, e mais R$5,34 milhões, pela integração dos sistemas de compatibilidade entre os fornecimentos elétricos dos diversos setores e do material rodante e entre esses sistemas e a parte civil da obra. Esses são os valores pleiteados pelas empresas ao Metrofor e que serão discutidos hoje, durante reunião entre os executivos cearenses e estrangeiros, na Secretaria de Infraestrutura (Seinfra).
O acréscimo exigido para montagem corresponde a 44,6%, dos R$ 2,73 milhões inicialmente cobrados, enquanto o valor reivindicado para dar continuidade à integração dos sistemas, representa 84%, dos R$ 6,36 milhões, acordados em 1997, quando tais contratos foram assinados. Os valores foram antecipados ontem, por uma fonte do setor ferroviário.
Sem apontar os valores, o presidente do Metrofor, Rômulo Fortes, confirmou que as empresas estão reivindicando um reajuste nos preços dos serviços, para corrigir o “desequilíbrio econômico”, gerado, segundo ele, durante o período em que as obras do metro estiveram paralisadas. Conforme disse, as obras civis do Metrofor continuam a “todo vapor”, mas os serviços de instalações elétricas estão quase paralisados.
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“Os operários das obras civis estão trabalhando, mas o pessoal dos sistemas “está indo muito devagar”, reclamou Fortes. “E sem as instalações elétricas, o trem não anda”, acrescentou o presidente do Metrofor, reconhecendo que uma paralisação total nesses serviços pode gerar atraso de mais, pelo menos, três meses no projeto.
Nova licitação
Esse seria, segundo Fortes, o tempo necessário, para que nova licitação aconteça, caso as empresas não aceitem abrir as planilhas de preços, para que o governo do Estado possa avaliar o porquê dos recursos pleiteados. “Em acórdão semelhante no Metrô de Salvador, o TCU (Tribunal de Contas da União) exigiu que as planilhas sejam abertas. E sem isso, não tem acordo”, avisou Fortes, numa referência ao pagamento do valor “extra”, exigido agora, a poucos meses da chegada dos trens a Fortaleza. Para concessão dos reajustes, novo aditivo (o 12º do contrato original) terá de ser feito. Orçadas inicialmente, em R$ 1,7 bilhão, as obras do metrô absorveram R$ 914 milhões.
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