Jabu Mahlangu tira o pé do freio e o trem prateado dirige-se ao Aeroporto Oliver Tambo, em Johannesburgo (África do Sul). O homem de 30 anos, que trabalhava em uma loja de roupas, acha difícil conter a emoção: “Nunca dirigi um trem antes”, diz.
Tal sentimento é compartilhado por muito de seus amigos, que vibram com o projeto Gautrain, avaliado em US$ 2,5 bilhões, o mais caro que a África do Sul realizou até então, especialmente para a Copa do Mundo 2010.
O Gautrain ligará o aeroporto de Tambo com Johannesburgo, sua capital econômica, e com Petroria, sua capital política. Apesar das obras terem iniciado cinco anos atrás, ainda faltam 15 meses para que os trens circulem diariamente por toda a rota.
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Porém, a canadense Bombardier, que realiza o fornecimento e manutenção dos trens, confirmou que os serviços do aeroporto para o subúrbio de Sandton, onde estão localizados os hotéis, começarão já na Copa do Mundo – praticamente um mês antes do previsto.
Se isto não fosse possível, todo o projeto “seria visto como uma falha”, disse Dave Barry, executivo da Bombardier e vice-presidente do projeto Gautrain.
O consórcio do Gautrain pretende desenvolver um sistema de transporte integrado. Uma frota de 125 ônibus servirá destinos num raio de seis quilômetros, onde estão nove das 10 estações de trem. A francesa RATP realizará a operação tanto dos trens como dos ônibus.
Mas Barry, da Bombardier, sabe que será difícil convencer os mais afortunados a abandonarem seus carros, uma vez que o transporte público da África do Sul é freqüentemente visto como inseguro e associado com a criminalidade. “Recomendamos uma grande mudança de mentalidade”, diz o executivo. “Este é o grande desafio. É totalmente fundamental”.
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